29/05/2022 - 18:59
“Eu não morri porque estava no hospital. Senti um mal-estar naquela manhã e resolvi ver o que era”, contou o general Carlos Albertos dos Santos Cruz, agora já em casa após o infarto. Ele deve se reunir com a deputado federal Renata Abreu (SP), presidente do Podemos, e com o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) para decidir os próximos passos. Seu nome continua à disposição do partido para a disputa da Presidência. “A política está um caos. É preciso dar uma nova chance ao País. E, quem o povo escolher, assume”, afirmou.
Era 17 de maio quando o general sentiu um mal-estar após trabalhar em seu sítio em Brasília. Resolveu ir ao hospital. Fazia quatro anos que não fazia um check-up. Começou a fazer os exames e tudo parecia bem. Foi até a lanchonete e pediu um café quando encontrou um médico amigo, que resolveu olhar os resultados. E, de imediato, o general teve de deixar a xícara de café e ir para a UTI.
“Eu estava com três entupimentos. Dois do lado esquerdo e um do lado direito. Cem por cento. Por sorte, minha condição de atleta ajudou a dilatar outras vias e o infarto não foi fatal. Fiz ainda outra operação na sexta-feira (dia 20 de maio) e agora estou bem” Santos Cruz completará 70 anos nos próximos dias. Logo que deixou o hospital, permaneceu em repouso em casa. Tomará remédio a partir de agora para prevenir o acúmulo de gordura no coração.
Aos poucos, o general retornou à política. E preparou novo manifesto em defesa da terceira via e das propostas do que seria a sua candidatura. Na primeira pesquisa em que seu nome foi mostrado aos eleitores, a última Datafolha, Santos Cruz não atingiu 1% das intenções de voto. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro, 7% disseram que pretendiam votar no general caso Bolsonaro não fosse candidato. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto com 48%, seguido por Bolsonaro, com 27%.
O manifesto de Santos Cruz – Dê uma Chance ao Brasil! Ele precisa de Todos Nós! – é mais uma tentativa de tentar dar um alento à sua candidatura. Nele, a crítica a Bolsonaro e a Lula tem um papel central. O general prega que o Brasil não precisa de “corruptos falando em combater corrupção; que mensalão é diferentes de ‘orçamento secreto’; que roubo ‘de direita’ é diferente do roubo ‘de esquerda’; petrolões, tratoraços, roubos de fundos de pensão; manipulação da opinião pública repetindo a ladainha de que a corrupção acabou no governo; que crimes não existiram por que a Justiça anulou, arquivou ou prescreveu”.
Ele voltou a defender o fim da reeleição para cargos Executivos e do foro privilegiado. Desta vez, atacou ainda a duplicidade de teto salarial, que muitos dos ministros generais de Bolsonaro passaram a usufruir, acumulando vencimentos civis e militares. E concluiu: “Empatia e solidariedade na doença, na fome, na pobreza, na desigualdade social, na vulnerabilidade; Então… Não jogue fora a oportunidade do Brasil na próxima eleição. Lembre que os problemas são fundamentalmente de vagabundagem e não de ‘esquerda’ x ‘direita’. Não coloque embusteiros, covardes e fanfarrões na presidência da república e em outros postos. O país está cansado e não merece isso”.