Depois de certa oscilação, o contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta-feira, 10. O metal se beneficiou da inflação ao consumidor americano acima das expectativas de analistas em maio, apesar das ressalvas sobre o aperto monetário do Federal Reserve (Fed).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto subiu 1,23%, a US$ 1.875,5 por onça-troy. Na semana, o ganho acumulado foi de 1,37%.

Analista da Oanda, Edward Moya diz que a reação do ouro à inflação dos Estados Unidos foi uma montanha-russa, enquanto operadores tentam avaliar as mudanças de curto e longo prazo nas expectativas para política do Fed. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve salto anual de 8,6% no mês passado no país, no maior nível desde dezembro de 1981.

“O choque inicial de um relatório quente de inflação enviou os preços do ouro para novas mínimas da sessão, já que os operadores rapidamente aumentaram as expectativas de aumento das taxas do Fed para a reunião de setembro. Em seguida, os rendimentos dos Treasuries de 5 e 30 anos se inverteram e as preocupações com o crescimento desencadearam alguns fluxos de porto seguro para o ouro”, explica Moya. Para o analista, as movimentações nos rendimentos dos Treasuries e alta do dólar podem deixar o ouro vulnerável novamente.

O Barclays alterou sua projeção e espera que o Fed eleva os juros básicos em 75 pontos-base já na semana que vem, enquanto a Capital Economics afirma que o dado de hoje “abriu as portas” para tal. O CIBC, por outro lado, acredita que o Fed continuará no caminho de 50 pontos-base na decisão da próxima quarta-feira.