Ao participar de uma motociata com apoiadores em Orlando, nos Estados Unidos, neste sábado, 11, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que sua viagem ao país levou a uma aproximação com o presidente norte-americano, Joe Biden. “Nossa passagem pelos Estados Unidos foi marcante, com aproximação com o atual presidente. Tenho certeza, bons frutos colheremos para todos nós”, declarou o chefe do Executivo antes de sair com sua moto – desta vez utilizando capacete, o que por vezes deixa de fazer em motociatas no Brasil.

Bolsonaro ainda voltou a dizer que tem “profundo respeito” pelos Estados Unidos. “Cada vez mais, queremos nos integrar para o melhor dos nossos povos”, afirmou.

A viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos para a Cúpula das Américas marcou o primeiro encontro bilateral com Biden desde a posse do presidente norte-americano, em janeiro de 2021.

Os dois tinham uma relação tensa e marcada por críticas mútuas, sobretudo a respeito da preservação da Amazônia.

O brasileiro chegou a apoiar publicamente a reeleição de Donald Trump, ex-presidente norte-americano derrotado por Biden.

Mais cedo, antes da motociata, Bolsonaro participou de encontro com evangélicos em Orlando, nos Estados Unidos. Ele chegou a dizer que a economia do Brasil vai “muito bem”, na mesma semana em que dados divulgados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 mostraram que a fome passou a atingir 33 milhões de pessoas no País.

O índice subiu a níveis registrados nos anos 1990. “O mundo passa fome sem o Brasil, que é uma potência na energia de transição”, voltou a dizer o presidente, sem citar os dados nacionais.

A uma plateia que gritava “mito, mito”, Bolsonaro, pré-candidato à reeleição, fez um discurso em linha com as bandeiras que carregará na campanha: criticou o aborto e a “ideologia de gênero”; defendeu o armamento da população e a propriedade privada.

Bolsonaro voltou a falar que deseja eleições “limpas, confiáveis e transparentes” no Brasil, lançando dúvidas sobre a lisura do sistema eleitoral brasileiro, sem nunca ter apresentado qualquer prova do que diz.

Opositores o acusam de preparar o discurso de suposta fraude, caso seja derrotado nas urnas pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.