02/09/2019 - 19:50
A Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial (Aberje) e a Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) se juntaram para uma ação inédita. Na manhã de hoje, 2, foi apresentado em São Paulo a pesquisa “A Comunicação do Agronegócio no Brasil, resultado da criação do Laboratório de Comunicação (Lab Agro), criado pela Aberje. A pesquisa realizada entre os meses de março e julho ouviu 60 empresas do setor, entre nacionais, multinacionais e cooperativas, das quais 35% faturam entre R$ 1 bilhão e R$ 6 bilhões e 18% faturam acima de R$ 10 bilhões por ano. “É um primeiro passo para entender como essas empresas têm se posicionado”, diz Nicholas Vital, jornalista que coordenou o trabalhado no Lab Agro.
De acordo com a pesquisa, na maior parte das empresas os processos de comunicação estão estruturados para responder às demandas externas às mídias sociais. A ordem de prioridade é de 90% para esses dois setores, seguido pela comunicação interna para 86% das companhias e o relacionamento com a imprensa em 84%. Não por acaso, a gestão de canais e de ferramentas de comunicação (72%) e a gestão da comunicação de forma geral (60%) são os temas em que as equipes de comunicação apresentam as maiores necessidades de desenvolvimento profissional.
SAÍDAS E DESAFIOS
Além da apresentação dos dados da pesquisa, duas mesas foram formadas para discutir cenários e desafios: uma sobre políticas e outra para mostrar experiências na comunicação. Para Juliana de Lavor Lopes, diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance da Amaggi, com sede em Cuiabá e uma das maiores empresas do agronegócio, o agro tem desafios de aprendizagem para falar sem fazer discurso vitimista. “Existem campanhas e várias pontes de informação que grudam no agro”, diz ela. “E a gente precisa se comunicar com o consumidor, mesmo se não vendemos diretamente para ele.”
Marcelo Brito, presidente da Abag e também diretor executivo do Grupo Agropalma, que falou sobre políticas da comunicação, afirma que o maior desafio nos dias atuais é recuperar a imagem do Brasil. Ele se refere às queimadas na Amazônia, em agosto, tema que tomo mundo. “É a maior crise de imagem da história”, afirma. “Porque não conseguimos entender nestes últimos 20 anos que política ambiental é ferramenta comercial.” Esse é um ponto em que também a pesquisa toca. Entre principais desafios está a correlação entre a comunicação e a sua estratégia de negócio.