O Congresso aprovou nesta terça-feira, 12, a abertura de crédito suplementar de R$ 1,2 bilhão para linhas do Plano Safra 2022/2023 com taxas de juros equalizadas pelo Tesouro. O projeto vai agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Os recursos para a linhas de crédito do Plano Safra virão da reserva de contingência, que é uma dotação genérica do Orçamento onde o governo guarda recursos para gastos não previstos. Na prática, o dinheiro é reservado para cumprir a meta anual de resultado primário.

Dos recursos aprovados, R$ 532 milhões irão para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); R$ 443,5 milhões para custeio agropecuário; R$ 216,5 milhões para investimento rural e agroindustrial; e R$ 8 milhões para a comercialização de produtos agropecuários.

Após a sanção presidencial, o Tesouro terá de publicar portaria informando quais instituições financeiras serão contempladas para operar crédito com taxas subsidiadas e quanto cada uma receberá. Será necessário também enviar ofícios às instituições financeiras autorizando a abertura das linhas. Há expectativa de que a portaria seja publicada em uma a duas semanas, a depender do andamento de todo o processo, segundo apurou a reportagem.

Na fim de junho, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Bastos, disse a jornalistas durante o evento de lançamento do Plano Safra 2022/23, no Palácio do Planalto, que a pasta contava com R$ 1,318 bilhão para equalização de taxas no segundo semestre de 2022, o primeiro da safra. Além do valor de R$ 1,2 bilhão aprovado hoje pelo Congresso, os R$ 118 milhões restantes provêm de recursos não aplicados na safra 2021/22.

Em meados de maio, a Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento (Seto), do Ministério da Economia, havia bloqueado R$ 1,2 bilhão em despesas com a finalidade de remanejar o recurso para a subvenção de taxas do Plano Safra atual, de um total de cerca de R$ 4,3 bilhões que foram bloqueados com destino ao crédito rural e ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Apesar do bloqueio, é necessário que o remanejamento seja aprovado no Congresso por meio do PLN e sancionado pelo presidente.