Enquanto o mercado tem revisado para cima suas expectativas para o crescimento da atividade econômica em 2022 e para baixo as projeções para 2023, o Ministério da Economia aumentou seu otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e manteve as premissas para o próximo. Na grade de parâmetros divulgada nesta quinta-feira, 14, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2022 passou de 1,50% para 2,00%. A projeção anterior havia sido mantida no relatório de maio.

Segundo o Boletim Macrofiscal, a revisão da atividade econômica de 2022 decorreu das pesquisas mensais do IBGE já divulgadas, como a Pesquisa Industrial Mensal, a Pesquisa Mensal de Serviços e a Pesquisa Mensal de Comércio. “Outro fator que fundamenta a mudança da projeção do PIB neste ano se deve às alterações no mercado de trabalho e na massa de rendimento real”, justificou o documento.

Na contramão do mercado, porém, o ministério manteve as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024, 2025 e 2026: todas em 2,50%.

“Os dados de mercado de trabalho e de investimento auxiliam na fundamentação das projeções de crescimento para 2022 e 2023. Ao mesmo tempo, existem riscos neste ano a serem monitorados, notadamente a guerra na Ucrânia e seus impactos na economia brasileira e no crescimento global, tais como possíveis quebras de cadeias globais de valor afetando a oferta, deterioração das condições financeiras e efeitos do conflito sobre o comércio internacional e o balanço de pagamentos do Brasil. Além disso, os impactos decorrentes da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, ressaltou a pasta.

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram uma alta de 1,59% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de apenas 0,50%. As estimativas de mercado para os anos de 2024 e 2025 estão em 1,80% e 2,00%, respectivamente.

IPCA

O Ministério da Economia revisou para baixo sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 7,90% para 7,20%. Para 2023, no entanto, a projeção aumentou de 3,60% para 4,50%.

De acordo com a SPE, as projeções de inflação para 2022 incorporam o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação.

No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 7,67% em 2022 e de 5,09% em 2022.

Todas as projeções para a inflação em 2022 estão bem acima do centro da meta deste ano, de 3,50%, que tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,00% a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (1,75% a 4,75%).

O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 8,10% para 7,41%. Para 2023, a projeção passou de 3,70% para 4,86%.

Já a estimativa da Economia para a alta do IGP-DI em 2022 passou de 11,40% para 11,51%. Para o próximo ano, a projeção passou de 4,57% para 4,55%.