23/07/2022 - 15:19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos (monkeypox) como uma emergência de saúde pública global. O alerta, feito neste sábado, 23, pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, mobiliza os países a ampliarem os investimentos no tratamento de enfermos e no combate à disseminação da doença.
Contando com a varíola dos macacos, esta é a sétima vez que a OMS diz ao mundo que uma doença deve ser tratada de forma emergencial. Todos os anúncios foram feitos a partir de 2009, quando a entidade alertou para a pandemia do vírus H1N1.
De 2014 para cá foram cinco alertas do tipo: surto de poliomielite, em 2014; surtos de ebola na África Ocidental, um em 2014 e outro em 2018; surto de zika na América Latina, em 2016; e covid-19, em 2020. Décadas atrás, a organização também declarou emergência global para a erradicação da pólio. Relembre os casos.
Vírus H1N1 (2009)
O primeiro caso da H1N1, também conhecida como gripe suína, foi notificado em março de 2009, no México. Em 11 de junho, a OMS declarou a doença como emergência de saúde global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 18,5 mil pessoas morreram em decorrência do vírus. Mas, segundo a revista médica The Lancet, o número é bem mais elevado, entre 151.700 e 575.400. Em agosto daquele ano, o Brasil chegou a ser o País com o maior número de mortes pela doença, registrando 557 óbitos.
Poliomielite (2014)
Em maio de 2014, o comitê de emergência da OMS entendeu que a propagação do vírus causador da poliomielite, que se alastrava por países como Afeganistão, Camarões, Etiópia e Israel, se encaixava no perfil de emergência de saúde pública de interesse internacional. Os dados do final de 2013 apontavam que 60% dos casos estavam relacionados com a disseminação internacional do vírus. A OMS ainda não retirou o estado de alerta sobre a doença.
Ebola (2014)
O vírus ebola foi identificado pela primeira vez em 1976. Mas entre o fim de 2013 e março de 2016, uma epidemia de febre hemorrágica na Guiné, Serra Leoa e Libéria, na África, fez a OMS, em agosto daquele ano, acionar o alerta máximo e classificar a doença como um caso de emergência de saúde internacional. Na ocasião, a organização qualificou a doença como uma das “mais severas e agudas dos tempos modernos”. Estima-se que cerca de 11,3 mil pessoas morreram em decorrência do Ebola.
Zika (2016)
Na quarta vez que a emergência global foi adotada, em 2016, o Brasil sofria com o crescente número de casos de microcefalia associada ao zika vírus.O alerta da entidade foi feito para estimular o investimento em pesquisas que ajudassem a entender os motivos da explosão de casos da má-formação no País.
Ebola (2018)
O vírus reapareceu em agosto de 2018 no leste da República Democrática do Congo e, até 2020, vitimou 2.273 pessoas. Outros três surtos foram notificados pelas autoridades sanitárias do país africano. O mais recente foi em abril deste ano, quando um homem, de 31 anos, da cidade de Mbandaka, morreu depois de contrair o vírus.
A diretora regional da OMS na África, Matshidiso Moeti, demonstrou preocupação com o possível retorno do agravamento da doença. “O tempo não está do nosso lado. A doença iniciou há duas semanas e agora nós estamos correndo atrás. A notícia positiva é que as autoridades da República Democrática do Congo têm mais experiência que quaisquer outras no mundo em controlar rapidamente surtos de ebola”.
Covid-19 (2020)
A OMS declarou estado de emergência global para a covid-19 em janeiro de 2020. Identificado no final do ano anterior, o vírus atingiu 20 países de 4 continentes diferentes em um mês. Em março, a organização classificou a doença como uma pandemia – quando o mundo todo apresenta casos da enfermidade.
Até o momento, a doença segue contaminando pessoas, encaminhando pacientes aos hospitais e provocando óbitos. Segundo levantamento da Universidade John Hopkins, cerca de 6,3 milhões de pessoas morreram de covid-19 e mais de 569 milhões contaminações aconteceram em todo mundo. Assim como a poli, a covid-19 ainda é tratada como emergência global.
O Brasil soma mais de 33,5 milhões de infectados e mais de 660 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus, segundo levantamento feito consórcio de imprensa, do qual o Estadão faz parte, em parceria com as secretarias de saúde dos Estados.
Varíola dos macacos (2022)
Neste sábado, a OMS reconheceu a varíola dos macacos como uma emergência global de saúde. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já contaminou mais de 14 mil pessoas de 71 países diferentes.
No final do mês passado, a entidade se reuniu pela primeira vez para tratar do assunto, mas entendeu, na ocasião, que não se tratava de uma emergência de importância internacional. O aumento de casos de contaminados, contudo, fez a organização recuar e decretar o alerta máximo sobre a doença.