Filhos do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) faltaram à convenção nacional do PL que oficializou a candidatura do pai à reeleição neste domingo, dia 24, no Rio. Além deles, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, partido que integra a aliança eleitoral do Palácio do Planalto, também se ausentou, algo incomum em convenções nacionais dessa magnitude.

Ministros palacianos da ala militar, Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência) não foram ao megaevento no Maracanãzinho. Um dos fiadores de Bolsonaro junto ao mercado financeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ausentou-se, bem como o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

O ex-policial militar e ex-assessor de confiança da família, Fabrício Queiroz, não apareceu na convenção, apesar de ter feito uma convocação aos “patriotas” para lotar o ginásio. Cabos eleitorais de Queiroz, futuro candidato a deputado estadual pelo PTB, circularam no entorno do Maracanãzinho empunhando bandeiras dele. O advogado Frederick Wassef (PL-SP), que deve disputar uma vaga na Câmara, teve espaço no palco.

O presidente Jair Bolsonaro e seu vice na chapa, general Braga Netto, entraram no ginásio acompanhados das esposas e de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e um dos coordenadores da campanha do pai. Flávio integra o núcleo político da campanha à reeleição, ao lado de Braga Netto e de nomes como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o marqueteiro Duda Lima e José Trabulo, homem de confiança do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil).

A ausência dos filhos expõe algumas divergências nos bastidores da campanha. Carlos e Eduardo são mais ligados à base ideológica de apoiadores do presidente. Eles praticamente ignoraram conteúdos sobre a convenção nas redes sociais. A única postagem do vereador relacionada à convenção foi uma resposta ao ex-deputado Jean Wyllys. Dos Estados Unidos, Eduardo compartilhou um link para o evento.

Carluxo, como é conhecido, segue à frente do controle de perfis do presidente, mas tem agora a companhia do publicitário Sérgio Lima na função, que faz a ponte no comitê de campanha. Ele já reclamou publicamente da condução do marketing profissional da campanha, tendo como alvo a equipe de confiança do PL, mas Flávio minimizou a disputa entre eles. Eduardo não tem uma função específica.

Segundo assessores, Marcos Pereira, que é deputado por São Paulo, cumpria agenda no interior do Estado, em cidades como Itapeva. O Estadão/Broadcast Político apurou que o partido ficou incomodado com o fato de Bolsonaro ter rifado a candidatura da filiada e ex-ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ao Senado, no Distrito Federal. No entanto, a sigla ligada à Igreja Universal não deve romper o acordo.

Como chefe do GSI, Heleno é o responsável pela segurança pessoal do presidente. Ainda mais afastado da campanha, Ramos deve se aproximar da equipe que trabalha com o general Braga Netto, segundo integrantes do comitê.

Entre os ministros atualmente no governo, compareceram Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde), Fábio Faria (Comunicações), Célio Faria Junior (Secretaria de Governo), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Carlos Brito (Turismo) e Victor Godoy (Educação).

Rifada na formação do palanque bolsonarista do DF, a ex-ministra Damares Alves assistiu à convenção de casa. A pastora evangélica alegou recomendações médicas para evitar viagens. Damares era pré-candidata a senadora, mas recuou após intervenção direta de Bolsonaro, que terá a ex-ministra Flávia Arruda (PL) na disputa em chapa com o governador do DF e pré-candidato à reeleição, Ibaneis Rocha (MDB).

Heleno e Ramos não comentaram o motivo da ausência. Procurados, Carlos e Eduardo Bolsonaro não se manifestaram.