Na posse do ministro Alexandre de Moraes no comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos ao Palácio do Planalto Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) defenderam a democracia e as urnas eletrônicas. A cerimônia conta com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que tem atacado de forma sistemática o processo eleitoral brasileiro.

“É um momento histórico. Pela primeira vez, ex-presidentes e presidenciáveis vêm numa demonstração de defesa da democracia dizer que acreditam na lisura do processo eleitoral, estão prontos para defender a democracia e as eleições. E estão prontos para defender, inclusive, o resultado das urnas”, disse Tebet, a jornalistas, ao chegar ao TSE.

Foram convidados para o evento todos os ex-presidentes e candidatos ao Palácio do Planalto. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao comando do País, Dilma Rousseff e Michel Temer também estão presentes. É a primeira vez que Lula e Bolsonaro se encontram desde que o atual chefe do Executivo assumiu o Planalto.

Ao chegar ao TSE, Ciro Gomes disse que a democracia está ameaçada no Brasil. “É uma expressão de respeito à institucionalidade democrática do Brasil que, ainda que da boca para fora e nos delírios, tem sido sistematicamente ameaçada no Brasil. É um ato de gentileza e respeito e de cumprimento de determinados rituais sem os quais a democracia não existe”, afirmou o candidato do PDT a jornalistas.

Para o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Moraes vestirá no TSE o figurino de “el pacificador” e terá papel decisivo na eleição para reduzir as tensões. “Eu tenho conversado com ele e digo que ele já está, de alguma forma, vestindo o figurino do ‘el pacificador’, aquele que conversa com todos, que compreende a responsabilidade e a função da Justiça eleitoral, fará cumprir a legislação”, afirmou o parlamentar. “Mas, certamente, ele vai cumprir um papel também de apaziguar os ânimos numa eleição que se anuncia extremamente radicalizada”, emendou.

Presidente nacional do MDB, Baleia Rossi também defendeu a democracia. “[Vim para] reafirmar essa confiança na nossa Justiça eleitoral, no processo eletrônico e, claro, reafirmar o que está no DNA do MDB, que é a defesa da nossa democracia”, declarou o deputado.

Principal alvo do chefe do Executivo no Supremo Tribunal Federal (STF), o magistrado assume a função num momento de tensão política, com reiterados ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas, e no dia que marca o início oficial da campanha.

O novo presidente da Corte Eleitoral é relator dos inquéritos das fake news e das milícias digitais, que atingem aliados de Bolsonaro. Na semana passada, o magistrado foi pessoalmente ao Palácio do Planalto entregar a Bolsonaro o convite para sua posse. O clima da conversa foi descontraído, mas interlocutores acreditam que o chefe do Executivo deve voltar a atacar a Corte na campanha eleitoral.