22/08/2022 - 22:13
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) se defendeu, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, das críticas internacionais ao aumento do desmatamento da floresta Amazônica. O chefe do Executivo chamou de “mentira” a visão de que o Brasil seria destruidor de floresta e disse que o País “não merece ser atacado dessa forma”.
“É uma mentira, ninguém quer destruir floresta por livre e espontânea vontade. O Brasil preserva dois terços da sua área verde. O Brasil não merece ser atacado dessa forma. Porque, no fundo, há um interesse no agronegócio, em deixar o Brasil de fora. A própria presidente da OMC (Organização Mundial do Comércio) há dois, três meses atrás, disse que, sem o agronegócio do Brasil, o mundo passa fome”, afirmou o presidente ao responder questionamentos sobre a deteriorada imagem ambiental do Brasil no exterior.
Bolsonaro também reclamou que países que criticam o desmatamento na Amazônia sofrem hoje com queimadas. “Quando se fala em Amazônia, por que não se fala também na França? Está pegando fogo há mais de 30 dias. Da mesma forma, está pegando fogo na Espanha e em Portugal. Califórnia pega fogo todo ano.”
O presidente acusou órgãos ambientais como o Ibama de cometerem “abusos” contra produtores rurais da Amazônia ao ser questionado sobre a declaração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles de que o governo deveria usar a atenção da imprensa à pandemia para “passar a boiada” na derrubada de leis ambientais.
“Há um abuso de uma parte. Há abuso por parte do Ibama. O pessoal do Ibama toca fogo no trator mesmo podendo tirar (madeira) lá”, reclamou. O presidente também respondeu a uma pergunta sobre ter desautorizado o Ibama a destruir maquinário usado em desmatamento.
“Minha orientação é cumprir a lei. A lei fala que, se o material puder ser retirado de lá, assim como entrou, não é para ser destruído”, disse.
“Não é pra queimar ninguém, nada né, ninguém não, nada, maquinário, trator, caminhão, seja o que for, não é esse procedimento, não é essa a nossa orientação”, disse o presidente durante viagem a Rondônia em 2019.