Alvaro Dias (Podemos) lidera a disputa pela reeleição ao Senado pelo Paraná com 35% das intenções de voto, segundo pesquisa Ipec (antigo Ibope) no Estado divulgada nesta terça-feira, 23. O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil), que já foi aliado do senador, aparece em segundo lugar, com 24%. A pesquisa havia sido impugnada por um pedido do MDB, mas o instituto recorreu da decisão.

Na sequência do levantamento para o Senado, Paulo Martins (PL), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), tem 4% das intenções de voto. Aline Sleujtes (Pros), Orlando Pessutti (MDB) e Rosane Ferreira (PV) aparecem com 2% cada. Desiree Salgado (PDT), Doutor Sabóia (PMN) e Roberto França (PCO) tem 1% cada, aponta a pesquisa. Laerson Matias (PSOL) não pontuou.

A pesquisa aponta que, na disputa pela vaga do Senado, 17% dos entrevistados não souberam ou não quiseram opinar e 11% de brancos e nulos. A quantidade de indecisos indicados na pesquisa estimulada, quando os nomes são apresentados aos eleitores, é seis pontos porcentuais maior que a diferença entre os dois primeiros colocados.

Já no levantamento espontâneo, quando os nomes dos candidatos não são apresentados, apenas três candidatos pontuaram: Alvaro Dias (7%), Sérgio Moro (3%) e Paulo Martins (1%). Nesse cenário, 79% dos entrevistados não souberam ou não responderam. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

O instituto ouviu 1.200 pessoas entre os dias 19 e 21 de agosto, em 57 municípios do Estado. O nível de confiança do levantamento é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05619-2022; e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o código PR-07859-2022. A pesquisa Ipec foi contratada pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.

Disputa pelo Palácio Iguaçu

O levantamento coloca o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), na frente na disputa pela reeleição, com 46% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Ele é seguido por Roberto Requião (PT), com 24%.

Na sequência, a pesquisa mostra Professora Angela (PSOL) e Professor Ivan Bernardo (PSTU) com 2%; Adriano Teixeira (PCO), Ricardo Gomyde (PDT), Joni Correia (DC) e Solange Bueno (PMN) com 1% cada. Vivi Motta (PCB) não pontuou. A pesquisa estimulada também registra 12% de brancos e nulos e 11% que não souberam ou não opinaram.

No levantamento espontâneo, Ratinho tem 26% e Requião, 7%. Nesse cenário, 60% dos entrevistados não souberam ou não opinaram. No confronto entre os dois primeiros colocados, o petista tem rejeição de 35%, enquanto o atual governador, 18%.

Na avaliação do governo Ratinho Junior, a pesquisa aponta que 12% das pessoas opinaram como ótimo, 40% consideram bom, 32% avaliam como regular, 5% consideram ruim e 8% indicaram como péssimo, além de 3% que não souberam ou não opinaram.

A pesquisa também levantou o cenário para presidente no Estado. Jair Bolsonaro lidera com 41% das intenções de voto, seguido por Lula (PT), com 35%. Ciro Gomes (PDT) aparece com 7%, seguido por Simone Tebet (MDB) com 2%. Pablo Marçal (Pros) e Sofia Manzano (PCB) têm 1%. Brancos e nulos registraram 6%, e outros 7% não souberam ou não responderam.

Justiça eleitoral

A pesquisa Ipec no Paraná havia sido impugnada no fim da tarde de segunda-feira, 22, pela Justiça eleitoral, em decisão liminar. O pedido havia sido feito pelo MDB, partido que apoia a reeleição de Ratinho Junior (PSD).

Em decisão, a juíza auxiliar Melissa de Azevedo Olivaso havia acatado parte das alegações do MDB, de que o levantamento continha inconsistência nos dados de estratificação do eleitorado. Ao recorrer da decisão, o Ipec alegou, entre outros argumentos, que a pesquisa eleitoral representa uma das várias informações públicas durante o período eleitoral, “como tal, é constitucionalmente proibido censurar previamente e garantido o livre acesso”.

“Portanto, a proibição na divulgação de pesquisa fere a liberdade de expressão, pois a própria noção de democracia, que envolve a possibilidade de interferência cotidiana dos indivíduos na vontade do Estado, não pode prescindir do acesso à informação”, afirmou o instituto.