O histórico das pesquisas Ibope (atual Ipec) de intenção de voto para o governo de São Paulo mostra que as atuais dificuldades de Rodrigo Garcia (PSDB) para conquistar o eleitorado vão exigir dele uma virada semelhante à obtida por Mario Covas, em 1998. Desde o pleito daquele ano, quando os tucanos conquistaram pela primeira vez o Palácio dos Bandeirantes – superando Paulo Maluf – que um candidato do partido não registrava tão baixa intenção de votos em agosto.

Divulgada anteontem, a mais recente pesquisa Ipec mostra Garcia em terceiro lugar, com 10%. Era a mesma colocação de Covas em 1998, que também era governador e tentava se reeleger. Sua pontuação, à época, era de 13%.

No entanto, se no intervalo de 24 anos há semelhanças entre as situações, o mesmo não pode ser dito em relação ao PT. Fernando Haddad tem quase três vezes mais intenções de voto hoje do que tinha, em agosto de 2002, José Genoino, o único representante do partido que chegou ao segundo turno.

Liderando a corrida pela primeira vez, o PT vislumbra disputar o segundo turno contra um candidato de direita – Tarcísio de Freitas (Republicanos) – e não Garcia, tucano que se autointitula de centro. E assim como ocorreu com Covas em relação à Marta Suplicy, em 1998, Haddad terá de buscar uma união contra a direita.

AVALIAÇÃO

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP, o bolsonarismo, como foi o malufismo no passado, é a explicação para o fenômeno vivido pelo PSDB. “A diferença é que, em 1998, era o próprio Paulo Maluf que comandava esse movimento e não um preposto seu, que é o que Tarcísio representa em relação a Bolsonaro”, afirmou. “E vale dizer que Garcia não é Covas e nem tem um Franco Montoro ou um Fernando Henrique Cardoso para ajudá-lo.”

Em 2018, a vitória de Doria, com 51% dos votos válidos, foi a mais apertada da história do PSDB. Nos três pleitos anteriores – 2014, 2010 e 2006 -, os tucanos venceram no primeiro turno. Com 32 dias até a eleição, Garcia segue o script da campanha. Ontem, ele disse estar certo de que ganhará a confiança do eleitor. “Estou muito confiante no processo eleitoral”, disse ontem. (Colaborou Leon Ferrari)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.