08/09/2022 - 16:54
Quem esteve neste 7 de Setembro nas comemorações realizadas na avenida Paulista, em São Paulo, pró-governo do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, se deparou nas ruas com um político que ficou conhecido por ter sido o condutor, em 2016, do processo que culminou com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT): o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Distribuindo santinhos, posando para fotos e cumprimentando populares, Cunha tenta nessas eleições uma vaga na Câmara dos Deputados, por São Paulo, local que afirma ter vínculos familiares e econômicos há anos, além de ser a residência de quatro filhos e uma neta.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro, que considera o melhor candidato na corrida ao Palácio do Planalto, por comungar dos mesmos ideias e valores seus, como o direito à liberdade, a defesa da família, educação e saúde de qualidades e, sobretudo, a segurança pública, Cunha fez questão de enfatizar que continua combatendo o Partido dos Trabalhadores. Ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, ele avaliou que São Paulo será o Estado decisivo nessas eleições majoritárias. “Com o voto dos evangélicos, Bolsonaro tem tudo para se reeleger, pois evangélico que diz votar em Lula é o que não frequenta a igreja”, ironiza, complementando: “Se por acaso o PT voltar ao poder eu vou tirar de novo.”
Cunha acredita que a despeito de Luiz Inácio Lula da Silva liderar as pesquisas eleitorais, a disputa para o Palácio do Planalto será na base do ‘voto-a-voto’ e reitera que a definição de quem ocupará a cadeira presidencial estará nas mãos do eleitorado de São Paulo, maior colégio eleitoral do País. “No restante do País, a disputa pode ser considerada equilibrada. É em São Paulo que se dará o embate final”, diz, alegando que essa é também uma das razões que o tem levado a fazer campanha de rua no Estado, obviamente pela sua própria eleição e pela recondução do presidente Jair Bolsonaro.
Cunha disse ainda que não há motivo legal que o impeça de concorrer a uma vaga no Congresso Nacional. O ex-deputado teve o mandato cassado em 2016 e, em tese, ficou inelegível por oito anos. Ele recorreu sob alegação de que houve vícios no processo que determinou a perda de seu mandato. Em julho deste ano, o desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, concedeu liminar em seu favor, suspendendo a inelegibilidade e a impossibilidade de ocupar cargos públicos. Mas, no dia 18 de agosto, o presidente do STF, Luiz Fux, suspendeu essa decisão. Apesar disso, Cunha sustenta que é e continuará sendo candidato a deputado federal por São Paulo, pois de acordo com a Lei Eleitoral “as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura”.