27/09/2022 - 9:17
Mesmo após as críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou, por meio da ata da reunião da semana passada, a preocupação com o futuro das contas públicas do Brasil e seu impacto inflacionário. O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano na semana passada, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta de juros.
O colegiado destacou que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do País e as expectativas de inflação. Isso porque tendem a pressionar a demanda agregada e a piorar as expectativas sobre a trajetória fiscal.
Os dois candidatos mais bem posicionados na disputa pelo Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, já prometeram manter o Auxílio Brasil em R$ 600 mensais, mas ainda não explicaram como financiar a medida, nem como vão lidar com o impacto da despesa no teto de gastos.
“O Comitê reitera que há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos, grau de incerteza na economia e expectativas de inflação”, alertou.
Em um evento recente, Guedes disse que o “BC errou ao falar o tempo todo em risco fiscal”, quando o País caminhava para o superávit primário. “O BC estava preocupado com o fiscal e eu, com o juro negativo”, disparou o ministro.