Horas antes do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse esperar que as eleições deste domingo, 2, ocorram com “lisura” e “transparência”. Candidato à reeleição, o chefe do Executivo tem agido de forma sistemática para lançar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, sem apresentar provas ou indício de irregularidades. Bolsonaro, em entrevista recente ao Jornal da Record, se recusou a dizer se aceitará o resultado do pleito em caso de derrota. “Vou esperar o resultado”, declarou, na ocasião.

“A gente vê, não hoje apenas, mas o que tem acontecido não só nesses 45 dias de campanha, em que eu fiz umas 20 viagens aproximadamente, para todas as regiões do Brasil, aceitação é excepcional em todo lugar”, disse o chefe do Executivo neste sábado, durante transmissão ao vivo nas redes sociais. “A gente não consegue ver outra coisa a não ser as eleições serem decididas amanhã e com uma margem superior a 60%”, emendou, ao desacreditar as pesquisas de intenção de voto, que apontam, na verdade, chance de vitória de do ex-presidente Lula em primeiro turno.

“Deus nos ajude que corra tudo bem amanhã, que tudo funcione, em especial em Brasília, com lisura, com decência, com transparência para a gente ver o resultado final da apuração”, afirmou o presidente. Bolsonaro também voltou a atrelar Lula às ditaduras de esquerda da Venezuela e da Nicarágua e à crise econômica da Argentina, país governado por Alberto Fernández, político de esquerda que é simpático ao PT. Em contraposição, o candidato à reeleição criticou, mais uma vez, a prisão da ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez. Ela foi condenada a 10 anos de cadeia por violações de deveres constitucionais.

Bolsonaro também criticou diretamente Lula. “Amanhã é uma eleição que tem a ver com a vida de todo mundo, até de quem não gosta de mim. Quem gosta e quem não gosta. A gente sabe como esse pessoal da esquerda age, como agiram em toda América do Sul, não queremos isso para o nosso País. A gente sabe o que o outro candidato aí, que teve um debate aí passando vexame, o que ele já fez durante oito anos e depois seis daquela pessoa que ele indicou”, disse, em referência também à ex-presidente Dilma Rousseff.

Neste sábado, 1º, na véspera do primeiro turno, Bolsonaro participou à tarde de uma motociata em Joinville (SC) e levantou uma bandeira do Brasil a apoiadores. A campanha aposta em uma “onda verde e amarela” para tentar alavancar o candidato à reeleição nas horas finais da primeira rodada da disputa. Pela manhã, o presidente foi a uma motociata em São Paulo.