05/10/2022 - 20:06
O União Brasil, partido formado pela fusão do PSL com o DEM, vai liberar seus filiados para que apoiem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição. A maior parte da legenda, porém, está com Bolsonaro desde o primeiro turno.
Antes mesmo da decisão da cúpula do União Brasil, alguns políticos do partido se anteciparam e declararam voto no presidente, como o senador eleito Sérgio Moro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o deputado Capitão Wagner. Estados como Rio de Janeiro, Amazonas, Mato Grosso e Acre, por exemplo, também já haviam aderido à campanha bolsonarista.
O União Brasil negocia uma fusão com o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), líder do Centrão. O PP faz parte da base aliada do presidente, mas tem tradição de apoiar qualquer governo, em troca de cargos, independentemente da ideologia.
Mesmo com maioria bolsonarista, a pressão da Bahia pesou para o partido decidir pela neutralidade. O secretário-geral do União Brasil é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que disputará o segundo turno da eleição para escolher o governador da Bahia com o ex-secretário da Educação Jerônimo Rodrigues (PT). O Estado é predominantemente petista e seria ruim para Neto se associar a Bolsonaro.
Há no partido, ainda, uma ala mais simpática a Lula. Um exemplo é Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central na gestão do petista e declarou apoio a ele no primeiro turno. O próprio presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), tem simpatia por um acordo com o ex-presidente.
Bivar já foi aliado de Bolsonaro, mas rompeu com ele após uma disputa pelo controle do antigo PSL. Para se reeleger deputado federal em Pernambuco, Estado de maioria petista, Bivar fez um acordo informal com o PT. O dirigente tenta ser candidato a presidente da Câmara e, para isso, quer o apoio de Lula.
Candidata do União Brasil no primeiro turno da eleição, a senadora Soraya Thronicke ficou em quinto lugar na disputa. Soraya disse que não apoiará nem Bolsonaro nem Lula. O PT, porém, tenta fazer com que ela mude de posição para apoiar o ex-presidente.