14/10/2022 - 17:33
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, avançou nesta sexta-feira, impulsionado pela perspectiva majoritária do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continuará sua trajetória hawkish nos próximos meses. Além disso, o apoio veio também da desvalorização da libra – em meio à incerteza com a política fiscal do Reino Unido – e do iene, que renovou mínima em 32 anos ante a divisa americana.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 148,58 ienes, o euro caía a US$ 0,9730 e a libra tinha baixa a US$ 1,1180. O DXY registrou alta de 0,84%, em 113,311 pontos.Na semana, a alta foi de 0,45%.
As vendas no varejo dos Estados Unidos ficaram estáveis em setembro ante agosto, o que frustrou a expectativa de alta de 0,3%. Já a Universidade de Michigan divulgou pesquisa em que mostra que as expectativas de inflação em um ano avançaram de 4,7% em setembro para 5,1% na prévia de outubro. Já para o horizonte de cinco anos, a expectativa aumentou de 2,7% para 2,9%, no mesmo período.
A Capital Economics destaca que o dólar se recuperou novamente hoje após “dados sólidos” de vendas no varejo dos EUA e uma “reversão preocupante nas expectativas de inflação”. “Em outras palavras, a aparente esperança entre os investidores de que CPI de ontem possa trazer o momento de pico nas expectativas das taxas parece ter sido frustrada.
O Fed parece destinado a permanecer agressivo no curto prazo, apontando para uma maior pressão ascendente sobre o dólar”, analisa a consultoria. Presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse hoje que o banco central americano “ainda tem trabalho a fazer”. Já a dirigente do Fed de São Francisco, Mary Daly, reafirmou a defesa da manutenção das altas de juros em andamento.
Já o iene voltou a se enfraquecer na sessão de hoje, com o dólar novamente renovando sua maior cotação ante a moeda japonesa desde agosto de 1990, a 147,890 ienes. O movimento acontece devido à diferença de política monetária entre os países.
A libra também se desvalorizou em meio ao imbróglio envolvendo a política fiscal do Reino Unido. Kwasi Kwarteng foi deposto pela primeira-ministra Liz Truss do cargo de ministro das Finanças do Reino Unido. Além disso, Truss, decidiu manter o aumento no imposto corporativo planejado pelo governo anterior.