Quando a Marfrig Global Foods apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu resultado fiscal do terceiro trimestre de 2019, no dia 11 de novembro, uma sensação de orgulho se apossou dos executivos que trabalham para garantir os resultados de uma das líderes mundiais em carne bovina e maior produtora global de hambúrgueres. De julho a setembro, a empresa havia registrado recordes em vários de seus indicadores financeiros. A receita líquida consolidada foi de R$ 12,7 bilhões — o melhor resultado histórico para um trimestre da empresa. “Foi um período excepcional para a Marfrig”, diz o CEO Eduardo Miron. “Os números apresentados estão de acordo com o planejamento traçado e são resultado de uma estratégia bem-sucedida, execução disciplinada e do novo cenário global do setor de proteína.”

Atingir os resultados foi possível graças a três iniciativas. A primeira foi a emissão, pioneira no Brasil, de um bônus de transição sustentável (Sustainable Transition Bond), no valor de US$ 500 milhões, em julho. O montante será integralmente investido na compra de gado de produtores do bioma Amazônia que cumprem os critérios socioambientais da Marfrig. A segunda foi a parceria, firmada em agosto, com a americana ADM, para produzir um hambúrguer vegetal na unidade de Várzea Grande, no Mato Grosso. A novidade entrou para o cardápio da rede Burger King no Brasil e estimulou uma aposta ainda maior da Marfrig no segmento. Em 12 de dezembro, a companhia lançou a linha Revolution, sua marca global de produtos à base de proteína vegetal (foto). “Estamos em um movimento consistente de ampliação de portfólio”, afirma Eduardo Miron. “E o lançamento de uma marca própria, que reflita a qualidade dos produtos e do relacionamento da empresa com a cadeia de clientes, era um passo fundamental”. A marca será comercializada no varejo e em redes de food service. O início da exportação do Revolution Burger para o mercado chinês está previsto para 2020.

Ainda que a “revolução” da Marfrig aponte para uma maior variedade de produtos de base vegetal, os rebanhos não foram esquecidos. Após uma parceria de mais de um ano com a Embrapa, a companhia lança uma marca de carnes carbono neutro, produzida em propriedades que integram pecuária e cultivo florestal. Em setembro, a Marfrig já havia assinando um protocolo de intenções com a Iniciativa para o Comércio Sustentável, em um programa de incentivo financeiro e tecnológico a pequenos e médios produtores do Mato Grosso, Pará e Rondônia. O objetivo é priorizar a sustentabilidade ao longo de toda a cadeia produtiva da carne bovina.