07/12/2022 - 16:16
Em tom de despedida, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quarta-feira, 7, ter “um grande orgulho” de deixar um “legado” com sua gestão à frente da instituição de fomento. O executivo aproveitou para lembrar que, nas gestões do PT, o BNDES enfrentou questionamentos. “É um grande orgulho de deixar esse legado para o Brasil, num banco que, há seis anos era questionado em sua reputação e em sua estratégia”, afirmou, na abertura do BNDES Day, evento organizado pelo banco, em sua sede no Rio, como parte das comemorações dos 70 anos da instituição, completados em junho passado.
Montezano exaltou o trabalho técnico dos funcionários de carreira do BNDES e afirmou que, com o planejamento estratégico desenhado em sua gestão, o banco está preparado para o futuro em um “mundo desafiador” em que a única certeza é a elevada incerteza.
O executivo afirmou ter aprendido, em seus três anos e meio à frente do banco, que o BNDES não deve ser subestimado, pois o corpo técnico surpreende em entregar resultados.
“Não shorteie a nossa ação”, recomendou Montezano, pedindo licença para usar o jargão do mercado financeiro para gestores e operadores de ativos que assumem posições “short” em determinado papel, apostando em sua desvalorização no futuro próximo.
Também presente na abertura, a diretora de Crédito à Infraestrutura do banco, Solange Vieira, ressaltou que “sabemos que os governos mudam e o BNDES fica”. Funcionária de carreira do BNDES, Vieira já se licenciou em mais de um oportunidade, para assumir cargos em diferentes governos. Na gestão de Maria Silvia Bastos Marques, durante o governo Michel Temer (MDB), foi chefe de gabinete.
“O BNDES fica com a capacidade de se financiar, com ou sem subsídios e agregar valor ao mercado”, afirmou Vieira, numa referência às mudanças recentes, principalmente nas ferramentas de financiamento aos investimentos em infraestrutura.
‘Fábrica de projetos’
Ao fazer um balanço da gestão da atual diretoria do BNDES, Montezano afirmou que o trabalho da “fábrica de projetos” da instituição de fomento “superou muito a expectativa” de quando foi lançada, em 2019.
Segundo o Fabio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações, a carteira de projetos de concessão e privatizações do BNDES chegará ao fim do ano com R$ 270 bilhões em capital mobilizado, incluindo investimentos em obra e pagamento de taxas a governos, nos casos já licitados. Para a próxima gestão, ficará um “legado” de R$ 200 bilhões em investimentos em obras em concessões a serem leiloadas, completou o executivo.
“Atendemos governos de todos os partidos. Abriu-se um mercado no Brasil e ficamos espantados com o tamanho dele”, afirmou Montezano, referindo-se ao trabalho de estruturação de projetos de concessão.