Os filhos do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PL), criticaram o então vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), após seu pronunciamento realizado ontem em rede nacional, no qual afirmou, sem mencionar nomes, que o “silêncio de lideranças” afetou a imagem das Forças Armadas.

“A cada momento crítico que exige confiança no líder que nos conduziu até este momento, mais máscaras caem. Meu conselho aos mais jovens: não deixe que o ego e a ambição por poder te ceguem. Se isto ocorrer você jamais será líder, pois para ser um é inerente que saiba ser liderado”, escreveu Eduardo nas redes sociais.

Carlos também criticou o então vice. “Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um Bosta!”, publicou.

Neste sábado, 31, após Bolsonaro viajar para os Estados Unidos, Mourão, como presidente em exercício, criticou o silêncio do chefe do Executivo nos últimos meses sem citá-lo. “Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a Nação em torno de um projeto de País, deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe”, disse em transmissão na TV.

O discurso foi visto como um recado a Bolsonaro que, depois de sair derrotado das urnas, se manteve recluso e fez poucos pronunciamentos. Apoiadores do presidente, desde o resultado das eleições, se manifestam em frente aos quartéis contra a vitória de Lula. O silêncio do então chefe do Executivo foi interpretado como um incentivo aos atos dos eleitores, que pediam inclusive uma intervenção das Forças Armadas contra a posse do petista.