O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), reconheceu que há um desafio muito grande à frente da pasta, durante a cerimônia de transmissão de cargo. “Portos e terminais demandam mais investimento e infraestrutura. Por onde se olha tem coisa para fazer.”

França admitiu que esperava que “fosse parar” no Ministério das Cidades, já que vem da área. Mas disse que se impressionou com os números de portos e aeroportos no País, comparando-os com pequenas cidades. Para Cidades, foi escolhido Jader Barbalho Filho (MDB).

A transmissão do cargo foi feita pessoalmente pelo ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro, Marcelo Sampaio. Em seu discurso, França agradeceu “de maneira especial” a Sampaio, que, segundo ele, foi o único ministro de Bolsonaro que participou dos eventos para empossar os novos chefes das pastas. “Sua presença aqui mostra que as coisas de governo não dependem de presidente, governador e prefeito, mas têm que ultrapassar as fases”, disse, lembrando da união do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice, Geraldo Alckmin (PSB), que parecia inicialmente improvável.

Servidor de carreira, Sampaio elogiou a gestão de França na prefeitura de São Vicente e disse ter certeza que o novo ministro vai tocar a agenda de transporte “com presteza”. Ele ainda classificou como “exitoso” o período de quatro anos do governo Bolsonaro no setor.

Geraldo Alckmin compareceu à cerimônia. França foi vice-governador quando Alckmin foi chefe do Executivo no Estado de São Paulo, de 2015 a 2018. O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), também estava presente ao evento, além do ministro de Transportes, Renan Filho, e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e lideranças do partido.

Durante o discurso, França ainda destacou a importância dos trabalhadores do setor, que foram convidados a falar durante a cerimônia de transmissão de cargo. Escolhido para representar os servidores do setor portuário, Eduardo Guterra criticou durante a cerimônia a privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), estatal que administrava os portos de Vitória e Barra do Riacho, leiloada durante o governo Bolsonaro.

“Privatização da Codesa, foi mal construída e mal feita no meu ponto de vista. Isso é uma tarefa que queremos cuidar no ministério, como vamos cuidar dos trabalhadores”, disse Guterra, que ainda reclamou do fato de outras companhias docas ainda não terem sido retiradas oficialmente dos planos de desestatização.