03/01/2023 - 9:15
O clima de desconfiança com os primeiros atos do novo governo – especialmente no que é visto como perigo para o equilíbrio fiscal – e a aceleração do ritmo de fortalecimento do dólar no exterior sancionaram uma abertura da sessão com desvalorização do real. Muito embora a divisa norte-americana já tenha encerrado o dia ontem em alta de 1,51%, a R$ 5,3597, o dólar abriu hoje em alta no mercado doméstico.
Às 9h08, a moeda no mercado à vista tinha alta de 0,45%, a R$ 5,3844, e no futuro com vencimento para fevereiro a R$ 5,41300 (+0,26%)
Com a volta das negociações em Nova York, após o feriado, o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas fortes, avançava 1,19%, nos 104,754 pontos, às 8h45. A divisa americana também se fortalecida ante a maior parte das de países emergentes pares do real.
Por lá, o dia é de agenda fraca, pode oscilar ao sabor do noticiário externo, como em relação à China e os desdobramentos da flexibilização da política “covid-zero”, que tem estado no topo da lista de atenção dos investidores nas últimas semanas.
No contraponto, as palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, podem amenizar as tensões locais. Ele prometeu nesta manhã para o primeiro trimestre deste ano o anúncio de medidas “para colocar o País no rumo certo”, embora a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição dê o prazo até agosto para apresentação do novo arcabouço fiscal.
Assim, a partir de abril, com as comissões no Congresso instaladas, poderão ser endereçadas as mudanças estruturais no Congresso. “A partir do fim de abril, vou começar a discutir tributária e arcabouço com o Congresso”.
Haddad ainda minimizou as reações negativas do mercado financeiro à sua gestão na pasta e disse que o movimento desfavorável dos ativos brasileiros é resultado dos impactos
produzidos pelas políticas adotadas pelo governo Bolsonaro às vésperas da eleição.
Segundo o ministro, agora está “caindo a ficha” do mercado com o conhecimento dos números sobre as medidas do governo anterior, que tiveram impacto de R$ 300 bilhões, segundo ele, entre gastos e renúncias fiscais – 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para cada.
“A volatilidade no câmbio atrapalha, o real é muito negociado pelos especuladores e a volatilidade é um mal para a moeda”, disse há pouco em Live do portal Brasil 247.