O dólar operou em queda ante grande parte das moedas rivais nesta sexta, 13, reagindo a dados nos Estados Unidos que devem orientar as perspectivas para as próximas decisões de política monetária por parte do Federal Reserve (Fed).

O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,04%, a 102,204 pontos. No fim da tarde, o euro caía a US$ 1,0835, e a libra subia a US$ 1,2236. O dólar ainda caía a 127,87 ienes

Segundo análise de Joseph Manimbo, da Convera, o dólar caiu para mínimas de vários meses, ainda reagindo à queda da inflação (CPI) dos Estados Unidos, publicada ontem, indicando um possível direcionamento do Fed para as taxas de juros.

Segundo a análise, enviada para clientes, “o Fed deve voltar à sua prática padrão de aumentar as taxas em intervalos de 25 pontos-base (pb), abaixo de um movimento de 50 pb em dezembro e da série de solavancos de 75 pb antes disso. O dólar corre o risco de depreciação adicional enquanto houver probabilidade de cortes nas taxas dos EUA este ano”.

Já para analistas da Capital Economics, a visão é de que uma recuperação está por vir. “Neste ponto, as boas notícias sobre a inflação dos EUA são amplamente descontadas nos mercados de câmbio, que agora precificaram uma rápida guinada do Fed, apesar dos membros do conselho continuarem pressionando contra tal narrativa”.

Segundo a Capital, entretanto, a história principal entre as moedas das economias desenvolvidas segue sendo o iene, que teve um aumento contínuo ante o dólar motivado pelo retorno do bônus de 10 anos do governo do Japão (JGB), que rompeu o teto de 0,5%. Ainda, a moeda vem reagindo a relatos na imprensa de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) iria estudar os efeitos colaterais de sua política monetária, aumentando esperanças de que a autoridade monetária poderia realizar um aperto monetário.

O euro, por sua vez, subiu para seu nível mais forte em relação ao dólar desde abril de 2022, segundo novamente a Convera, destacando que a alta foi motivada pelas perspectivas da política monetária. “O mercado está cético quanto à necessidade de o Fed cumprir os 75 pontos-base em aumentos de juros este ano previstos em dezembro. Em contraste, o BCE pode apertar em cerca de 150 pontos-base até julho. Os sinais de uma economia alemã resiliente também impulsionaram o euro”, destaca.

Já a libra esterlina reagiu à notícia da produção industrial melhor do que o esperado sobre a economia do Reino Unido, ajudando a moeda a atingir máximas de quatro semanas contra sua “contraparte americana oprimida”, indica a Convera.