Os mercados acionários europeus fecharam mistos nesta terça-feira, 24, em reação a uma série de dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que ampliaram temores de uma recessão na região. A indicação de um dirigente do Banco Central Europeu (BCE) de que deve haver novas altas nos juros também contribuiu para o quadro cauteloso.

Em Londres, o FTSE 100, caiu 0,35% a 7.757,36 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, seguiu o movimento e fechou em baixa de 0,07%, a 15.093,11 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 0,26%, a 7.050,48 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em alta de 0,24%, a 25.884,31 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 0,33%, a 8.973,60 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 0,56%, a 5.939,21 pontos. As cotações são preliminares.

Nesta terça, o mercado foi guiado por uma série de PMIs da zona do euro, Alemanha e Reino Unido. Enquanto os índices de atividade de serviços e da indústria da zona do euro vieram acima das expectativas, os dados da indústria da Alemanha tiveram queda marginal, frustrando expectativas.

Na visão tanto do Commerzbank quanto da Oxford Economics, os resultados dos PMIs da zona do euro, acima das expectativas, apontam que a região deverá passar por uma recessão mais branda. Entretanto, o Commerzbank reitera que o quadro corrobora as previsões por uma elevação significativa de juros por parte do BCE, seguindo os últimos sinais da presidente do BC europeu, Christine Lagarde.

Apesar da análise do banco alemão, o dirigente do BCE Boris Vujcic descartou que a Europa terá recessão, mas destacou que os juros seguirão subindo. Nessa linha, a Capital Economics destacou que os PMIs da região não impedem o BC europeu de aumentar os juros em 100 pontos-base (pb) nos próximos dois meses.

Já no Reino Unido, o PMI composto recuou ao menor nível em 24 meses. A expectativa também é por uma provável recessão em 2023 no país, segundo a Capital Economics, com a atividade pressionadas pelas taxas de juros.

Nas bolsas europeias, muitas das baixas foram impulsionadas pelo setor de commodities, com a Glencore em queda de mais de 2% em Londres. Já a BP cedeu mais de 1% no mercado britânico. A Galp Energia, por sua vez, na Bolsa de Lisboa, teve queda de mais de 1,5%, a TotalEnergies, em Paris, registrou desvalorização de quase 1%, e a Eni teve baixa de mais de 1%, em Milão.