Após acumular perda mensal de 3,85% em janeiro, o dólar volta a operar em baixa no mercado local, sintonizado à tendência externa da moeda americana e dos retornos dos Treasuries no período da manhã desta quarta-feira, 1º fevereiro. Um apetite por ativos de risco moderado no exterior pode estar induzindo novos ingressos de capitais estrangeiros, diante das apostas em alta mais branda de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na tarde de hoje, disse um operador.

Há expectativas ainda pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que tende a decidir pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, conforme aposta consensual do mercado. Economistas do mercado avaliam que o Copom deve enfatizar cautela fiscal e impacto na desancoragem de expectativas de inflação dos planos de expansão de gastos do governo.

No exterior, o dólar assumiu viés de baixa nesta manhã, à medida que o euro ampliou ganhos na esteira de dados de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro e a libra e o iene se recuperaram nas últimas horas. Embora a taxa anual do CPI do bloco tenha desacelerado em janeiro, seu núcleo ficou acima das expectativas. Após uma série de indicadores europeus, investidores aguardam vários dados dos EUA e a decisão de juros do Fed.

Na agenda política local, o foco está na troca de comando no Congresso. Treze ministros foram hoje exonerados do cargo para assumirem os mandatos parlamentares para os quais foram eleitos e reforçarem a votação dos candidatos do governo à presidência da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.

Até mesmo o ministro da Agricultura, Carlos Favaro (PSD-MT), que está no meio do mandato de senador, está sendo exonerado para reassumir o mandato para a eleição da Mesa. Os decretos de exoneração estão publicados no Diário Oficial da União desta quarta-feira e, como adiantou o Broadcast Político, a exoneração será apenas uma espécie de licença do cargo, apenas para a eleição no Congresso e os titulares voltarão às pastas ministeriais em seguida.

Às 9h30, o dólar à vista caía 0,18%, a R$ 5,0671. O dólar março cedia 0,18%, a R$ 5,0920.