No dia 1.º de janeiro deste ano, a única usina térmica do País alimentada pelo gás do pré-sal deveria ter começado a entregar energia. Era isso, pelo menos, que estava previsto no contrato firmado com a termoelétrica Marlim Azul, um projeto de R$ 2,5 bilhões construído em Macaé, no litoral do Rio.

Para tirar a usina do papel, a Mitsubishi Hitachi criou um consórcio com o Pátria Investimentos e a Shell – a empresa Marlim Azul Energia -, e iniciou as obras em julho de 2020. O BNDES também entrou no negócio, financiando R$ 2 bilhões (80% do total).

Com capacidade para gerar 565 megawatts com uma única turbina, o suficiente para atender a mais de 2 milhões de domicílios, a usina foi a primeira – e única até hoje – a vencer um leilão para explorar o gás do pré-sal brasileiro.

Tudo corria dentro do cronograma até que, segundo a empresa, surgiu a pandemia da covid-19. Nas contas da empresa, a pandemia prejudicou o cronograma da obra em 206 dias, incluindo nesse balanço desde ordens estaduais e municipais de fechamento das cidades até os lockdowns internacionais, que teriam comprometido seus fornecedores de equipamentos.

Por causa desse atraso, o compromisso de iniciar a geração a partir de 1.º de janeiro foi, agora, alterado para 25 de julho. Ainda em maio do ano passado, a empresa bateu na porta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para pedir que o prazo de 206 dias fosse estendido, sob o argumento de que a pandemia tinha comprometido os planos. Ocorre que nenhum dos argumentos convenceu a área técnica da agência, que não concedeu nenhum dia de adiamento.

Com a negativa da área técnica, a empresa reagiu, apresentou novos argumentos em dezembro de 2022 e pediu a revisão dos atos. Na semana passada, o material foi encaminhado para nova análise técnica. A decisão final sobre o assunto cabe à diretoria colegiada da Aneel, que não comenta o caso pelo fato de estar em tramitação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.