07/03/2023 - 18:49
O dólar teve forte alta ante rivais e emergentes, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar pico de juros acima do esperado e abrir caminho para possível alta de 50 pontos-base em março. O movimento turbinou o Dollar Index (DXY) ao maior nível em dois meses.
No fim, o índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em alta de 1,21%, aos 105,615 pontos, após atingir máxima intraday a 105,654 pontos.
Durante discurso no Senado americano, Powell ressaltou que “futuros dados” dos EUA serão muito importantes durante a próxima decisão monetária, em 22 de março. O presidente do Fed afirmou que o banco pode aumentar o ritmo nos aumentos de juros e elevar taxas terminais acima do esperado, a depender dos dados da economia.
As declarações foram vistas como hawkish por economistas, o que agravou a cautela em Wall Street e ampliou a demanda pela segurança da moeda americana. Para o Commerzbank, o discurso reforça a expectativa para uma taxa terminal dos Fed funds superior a 5,25%. Já a ANZ Research enxerga o risco de uma alta maior do que as projeções, para o intervalo de 6% a 6,5%, capaz de provocar uma recessão também mais profunda que o antecipado.
Com a perspectiva de juros mais altos por mais tempo, o dólar avançou a 137,17 ienes e o euro recuou a US$ 1,0554, no final da tarde em Nova York. O Commerzbank analisa que a batalha entre a moeda americana e sua rival europeia “está longe de ser decidida”. Segundo o banco alemão, nesta semana o dólar deve ser beneficiado pelos testemunhos de Powell e pelo payroll dos Estados Unidos, enquanto na próxima semana o euro deve receber suporte da decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Nesta sessão, a libra recuou a US$ 1,1832, apesar da dirigente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann, comentar sobre a necessidade de manter o aperto de juros no país. Mann também mencionou a fraqueza recente da libra, alertando que a moeda poderia recuar ainda mais em contexto de tom hawkish do Fed e do BCE, que tende a apoiar as rivais.
No noticiário de hoje, o banco central da Austrália elevou em 25 pontos-base a taxa básica de juros, a 3,60%, e afirmou estar disposto a manter o aperto, fazendo o que for preciso para conter a inflação. No entanto, analistas apontam que o banco teria “mudado de tom”, saindo da esfera hawkish ao retirar sinalizações de novas altas de juros nas próximas reuniões monetárias. O dólar australiano recuou a US$ 0,6593.
O ministro da Economia da Argentina, Sérgio Massa, anunciou ontem um acordo entre a equipe econômica do governo e representantes dos bancos para uma troca na dívida em pesos. A operação teria como objetivo abrir espaço nos próximos vencimentos na dívida me pesos, garantindo estabilidade ao sistema financeiro. O dólar avançou a 199,6855 pesos argentinos.