10/03/2023 - 10:32
O fluxo total de veículos pelas estradas pedagiadas do País recuou 0,6% em fevereiro comparativamente a janeiro, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) junto às suas associadas e tabulados pela Tendências Consultoria Integrada.
Por categorias e submetidos ao processo de dessazonalização pelo Departamento Econômico da Tendências, o fluxo de veículos leves recuou 0,3% em fevereiro ante janeiro. Já o movimento dos pesados, na mesma base de comparação e com ajuste sazonal, encolheu 1,5%.
Comparado a fevereiro do ano passado, o índice total aumentou 4,7%, determinado pela alta de 7,2% de leves, apesar da queda de 2,6% de pesados.
Nos período dos últimos doze meses encerrados em fevereiro, o índice total acumula avanço de 7,5%, fruto do aumento de 9,6% no fluxo de veículos leves e 1,7% de pesados.
“A pesquisa de fevereiro apresentou queda do fluxo total nas praças pedagiadas da ABCR, o que representa devolução parcial do crescimento acumulado nos últimos dois meses, considerando a série livre de efeitos sazonais. No comparativo com 2022, a alta do fluxo total foi impulsionada pelo fluxo de leves”, comentam os analistas da Tendências Consultoria Thiago Xavier e Davi Cardoso.
De acordo com os dois economistas da Tendências, o desempenho negativo de leves precisa ser contextualizado à luz da sequência de alta dos últimos dois meses, quando o fluxo foi beneficiado por um efeito sazonal positivo do período de férias e confraternizações entre 2022 e 2023, em intensidade potencialmente superior à dos últimos dois anos, quando a pandemia afetou a rotina de trabalho presencial e atividades escolares e o padrão de viagens durante as férias de verão.
“O resultado positivo em termos anuais, como a alta de 11,5% no acumulado de janeiro a fevereiro, e o volume em patamar elevado do total de veículos, inclusive acima do de fevereiro de 2020, reforçam essa análise”, explicaram Xavier e Cardoso.
Ainda, de acordo com os dois economistas, o fluxo de pesados caiu em fevereiro, interrompendo três meses de crescimento.
“Os próximos resultados precisam ser monitorados a fim de que se avalie uma eventual tendência de perda do ritmo, considerando o menor desempenho de alguns determinantes econômicos, como o baixo dinamismo da produção industrial que capta a manutenção dos juros em patamar elevado, o encarecimento de insumos e suprimentos, além da menor demanda doméstica por bens de consumo. Entretanto, o prognóstico positivo para a produção agropecuária, especialmente de soja e milho, atua como contrapeso relevante para a dinâmica nas próximas apurações”, afirmaram Xavier e Cardoso.