O dólar recuou ante outras moedas fortes em geral, como o euro e a libra, ajustando ganhos recentes e também com investidores atentos de novo a riscos no setor bancário nos Estados Unidos. A moeda comum europeia esteve apoiada em dia de novo comentário sobre a persistência do núcleo da inflação na zona do euro, pelo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos. Além disso, o peso argentino continuava como foco importante na região, enquanto o peso colombiano era influenciado por turbulências políticas na Colômbia.

No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 133,67 a ienes, o euro subia a US$ 1,1037 e a libra tinha alta a US$ 1,2463. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,39%, a 101,467 pontos.

Havia certa cautela nos mercados em geral, sobretudo à tarde, em meio a relatos de dificuldades para o First Republic Bank, banco americano agora em foco. Com forte perda da ação e relatos de problemas na busca por uma solução para apoiar a companhia, o setor financeiro de Nova York voltava a apoiar cautela. No câmbio, isso tende a sustentar moedas consideradas mais seguras, como o iene, e também o dólar, mas no caso da divisa americana houve ajuste após ganhos recentes.

A Capital Economics afirma que o dólar mostra tendência de baixa ao longo do último mês, mas acredita que ele pode voltar a ganhar fôlego. A consultoria espera recessão nos EUA e em outras economias avançadas, e acredita que o dólar deve acabar com isso apoiado pela busca por segurança.

Na política monetária, o vice-presidente do BCE projetou que o índice cheio da inflação desacelerará na zona do euro, mas Luis de Guindos também mencionou o fato de que o núcleo dos preços mostra impulso mais duradouro.

Entre outras moedas em foco, o dólar avançava a 221,5972 pesos argentinos. O dólar blue perdia um pouco de fôlego, no mercado paralelo da Argentina, após o governo vir a público reforçar que usará instrumentos para conter o que qualifica como uma investida especulativa contra o mercado local. O Ministério da Argentina também anunciou um programa para agilizar importações em yuans, o que ajudará a preservar reservas do país em dólar. O jornal Ámbito Financiero apontava que o dólar blue era negociado em baixa a 474 pesos argentinos, no fim da tarde, ajustando parte da forte alta da semana.

Ainda na região, o dólar se valorizava a 4.648,50 pesos colombianos. A Colômbia vive quadro de incerteza, após o presidente Gustavo Petro pedir a renúncia de todos seus ministros e, pela segunda vez em oito meses, tentar reorganizar o gabinete. A medida foi tomada após três dos partidos governistas no Congresso não concordarem com a reforma do setor de saúde proposta por Petro, que pediu a instalação de um governo de emergência.

*Com informações da Associated Press