O dólar chegou a subir ante outras moedas principais, mas terminou o dia em geral em baixa frente a uma cesta delas, sobretudo diante do avanço do euro. Investidores monitoraram indicadores importantes e também a perspectiva para a política monetária, nos Estados Unidos e na Europa. Além disso, o quadro em geral era de cautela, em meio a renovados temores sobre alguns bancos regionais nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 136,49 ienes, o euro subia a US$ 1,1008 e a libra tinha baixa a US$ 1,2474. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,19%, a 101,958 pontos.

A moeda em comum europeia foi apoiada em dia de números novos da inflação. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro avançou 7,0% em abril, na comparação anual, como previsto, e o núcleo teve alta de 5,6%, um pouco abaixo da expectativa de 5,7%. A Capital Economics considerou que o núcleo do CPI segue forte na região, o que ampara aperto monetário pelo Banco Central Europeu (BCE). A consultoria diz, porém, não ser possível afirmar se a alta prevista para esta quinta-feira será de 25 ou 50 pontos-base (pb).

Ainda na agenda de hoje, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro caiu a 45,8 em abril, ante previsão de 45,5 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Após o PMI da região, o euro reduziu ganhos frente ao dólar. No Reino Unido, o PMI industrial registrou baixa a 47,8 em abril, ante projeção de 47,6 dos analistas.

Nos EUA, o dólar perdeu força ante outras divisas fortes, após o relatório Jolts apontar para queda na abertura de postos de trabalho em março, enquanto as encomendas à indústria cresceram menos que o previsto. O dia foi de cautela em geral nos mercados do país, com temores sobre bancos regionais e também a manutenção do impasse sobre a elevação do teto da dívida do governo federal, em disputa entre o governo do democrata Joe Biden e a Câmara dos Representantes controlada pela oposição republicana.

Na política monetária americana, o dia de turbulência nos mercados reduzia a chance de uma alta de 25 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta quarta-feira, mas esta opção seguia como amplamente majoritária, segundo monitoramento do CME Group. No fim da tarde, esta chance de alta de 25 pb estava em 84,4%, com 15,6% de manutenção, de 93,2% e 6,8% ontem, respectivamente.

Entre outras moedas em foco, o dólar australiano avançava a US$ 0,6668. Mais cedo, o BC da Austrália elevou sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 3,85%. O BBH via a decisão como inesperada e acreditava que ela poderia reverberar nos mercados globais em geral, em quadro de dificuldades de bancos centrais pelo mundo de conter a inflação.