16/05/2023 - 17:35
Os contratos mais líquidos do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira, em meio a preocupações com o ritmo de reabertura da China e com a desaceleração da economia dos Estados Unidos. A commodity chegou a operar em alta, suportada pontualmente pela elevação da projeção de demanda global da Agência Internacional de Energia (AIE).
O petróleo WTI para junho fechou em queda de 0,35% (US$ 0,25), a US$ 70,86 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho recuou 0,42% (US$ 0,32), a US$ 74,91 por barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo começou o dia em alta e ampliou ganhos com a revisão de demanda global da AIE, que elevou sua projeção para 2023 em 200 mil barris por dia, a 2,2 milhões de bpd. Segundo a agência, a demanda por petróleo na China avança em ritmo mais forte do que o esperado, ameaçando apertar os mercados da commodity e impulsionar seus preços, à medida que a oferta mostra dificuldades para acompanhar o ritmo do consumo.
O movimento, contudo, teve fôlego curto, pesando sobre as negociações dados macroeconômicos da China e dos Estados Unidos, sugerindo desaceleração das duas maiores economias do planeta. No gigante asiático, dados de produção industrial e vendas no varejo vieram bem abaixo das estimativas do mercado e, na avaliação do Commerzbank, abrem espaço para um relaxamento na política monetária do país, à medida que o risco de deflação aumenta. Para o TD Securities, ainda não está claro o fôlego da recuperação da demanda chinesa, derrubando expectativas no mercado de commodities, enquanto o setor de refino do país continua a produzir produtos em ritmo acelerado.
Os Estados Unidos também tiveram avanço mais fraco do que o esperado na produção industrial e nas vendas no varejo, porém os dados acenderam alerta para um cenário de queda no consumo em meio à inflação persistente, de acordo com analistas. Além disso, investidores monitoram o impasse sobre o teto da dívida americana. O presidente dos EUA, Joe Biden, e líderes do Congresso se reúnem na Casa Branca para discutir o tema.
Analista da Oanda, Edward Moya afirma que investidores de energia não estão confiantes em comprar petróleo bruto devido a questões em torno do cenário econômico global. “No momento, muito petróleo ainda está disponível e não estamos vendo gatilhos significativos para tornar o mercado apertado no curto prazo”, observa Moya. Ele projeta ainda que o início do reabastecimento das Reservas Estratégicas de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) dos EUA deve oferecer algum suporte para os preços em torno do nível de US$ 68 a 70 por barril.