16/05/2023 - 17:46
O dólar avançou ante euro, iene e libra, com sinal positivo em geral, mas impulso limitado, em meio a indicadores modestos da economia americana e também com foco em declarações do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Sinais do Banco Central Europeu (BCE) e da zona do euro também estiveram em foco, bem como a regulação bancária após turbulências recentes no setor e as negociações para a elevação do teto da dívida do governo federal dos EUA.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 136,34 ienes, o euro recuava a US$ 1,0861 e a libra caía a US$ 1,2481. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,13%, a 102,564 pontos.
O índice DXY exibia sinal negativo no início do dia, mas próximo da estabilidade. Ele ganhou leve impulso após o dado de vendas no varejo dos EUA, embora a alta de 0,4% de abril ante março tenha sido inferior à expectativa de avanço de 0,8% dos analistas ouvidos pelo FactSet. A produção industrial do país cresceu 0,5% em abril ante março, ante expectativa de estabilidade dos economistas, enquanto o índice de confiança das construtoras avançou acima do esperado para maio.
Ainda nos EUA, esteve em foco a reunião, iniciada no meio da tarde, entre o presidente Joe Biden e lideranças no Congresso, a fim de tentar romper o impasse para elevar o teto da dívida. A Casa Branca afirmou que as negociações têm sido “produtivas”.
Na zona do euro, houve piora na perspectiva econômica da Alemanha, registrada na pesquisa do Instituto ZEW, e este mencionou um eventual calote na dívida americana como uma preocupação no radar. Entre os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Robert Holzmann argumentou que os juros deveriam estar mais elevados agora, diante da inflação subjacente.
Entre autoridades do BCE, Anneli Tuominen, do Conselho de Supervisão Bancária, avaliou que a turbulência recente no mercado não é motivo para uma grande mudança regulatória, reafirmando o vigor dos bancos europeus. Do outro lado do Atlântico, o setor bancário também esteve em foco. Em Washington, o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, afirmou que o banco central americano leva em conta o “aperto no crédito esperado”, para elaborar sua política monetária. Barr também defendeu prudência antes de eventuais mudanças nas exigências de capital para os bancos.
Na avaliação do ING, condições de crédito mais apertadas ante as turbulências bancárias devem provocar uma recessão. Com isso, o Fed pode ter um ciclo de relaxamento maior, o que fortalece o argumento de dólar mais fraco. O banco informa que elevou sua projeção para o euro ante o dólar, a US$ 1,20, mas diz que a trajetória para uma moeda americana mais fraca será “acidentada”, e acrescenta que problemas nos mercados monetários dos EUA podem ainda fortalecer o dólar, enquanto “erros de cálculo” na questão do teto da dívida enfraqueceriam a moeda dos EUA. Para o dólar ante o iene, o ING projeta 120 ienes por dólar como cotação para o fim deste ano, com grande parte do enfraquecimento em geral do dólar ocorrendo no segundo semestre.