São Paulo, 6 – A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 deve alcançar recorde de 322,75 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 18,4% (50,1 milhões de t a mais) em comparação com a temporada anterior 2021/22, que foi de 272,64 milhões de t. Em comparação com a previsão anterior, de agosto, houve aumento de 0,8% (2,70 milhões de t), segundo o 12º e último levantamento da Companhia nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira, 6.

Conforme a estatal, “o resultado é reflexo tanto de uma maior área plantada, atingindo 78,5 milhões de hectares (+5,3% ante 2021/22, que foi de 74,57 milhões de ha), como também de uma melhor produtividade média registrada, saindo de 3.656 kg/ha para 4.111 kg/ha (crescimento de 12,4%)”.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, disse no comunicado que “nos primeiros dados divulgados pela Conab, a previsão de safra era de 312,4 milhões de toneladas, e encerramos o ciclo com 322,8 milhões de toneladas. Uma diferença de 3,3% ou pouco mais de 10 milhões de toneladas. Isso mostra o avanço metodológico da Conab, que tem responsabilidade com os dados públicos”.

Nesta temporada, segundo a Conab, a soja apresentou recuperação de produtividade no Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Já no Rio Grande do Sul, também houve melhora no desempenho das lavouras, porém limitado devido às condições climáticas não favoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa. “Nesta temporada, os efeitos do La Niña se concentraram no Estado gaúcho, mas ainda assim em menor escala que no ciclo anterior.

Já nos demais Estados, o clima se mostrou bastante favorável, mesmo com alguns atrasos verificados no período da semeadura e da colheita”, comentou o gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos. A produção de soja no País na safra 2022/23 é de um novo recorde, estimada em 154,62 milhões de toneladas, crescimento de 23,2% ante 2021/22 (125,55 milhões de t).

Para o milho também é esperada a maior colheita já registrada na série histórica. No somatório das 3 safras do cereal, a produção deverá atingir 131,87 milhões de toneladas, incremento de 18,7 milhões de toneladas, ou 16,6% maior ante o ciclo anterior.

Na primeira safra do grão a produção somou 27,37 milhões de toneladas (+9,4% ante 25,03 milhões de t), enquanto que para a segunda safra, a previsão aponta para um volume de 102,16 milhões de toneladas (+18,9% ante 85,89 milhões de t 2021/22). De acordo com o Progresso de Safra, divulgado nesta semana pela Companhia, cerca de 89% da área semeada já estavam colhidos.

Para a terceira safra, a produção estimada é de 2,33 milhões de toneladas, ou aumento de 5,3% ante o ano passado (2,21 milhões de t). “Porém, a redução nas precipitações ocorridas em julho e agosto, restringiu o potencial produtivo em grande parte das regiões produtoras”, ponderou Vasconcellos.

Importantes produtos para a mesa do brasileiro, o arroz e feijão apresentam cenários distintos. De acordo com a Conab, no caso dos dois produtos houve redução de área de plantio por causa da concorrência com outras culturas na época mais rentáveis. No entanto, para o arroz, a melhora da produtividade não foi suficiente para compensar a menor área resultando numa queda de produção de 6,9%, chegando a 10,03 milhões de toneladas ante 10,78 milhões de t em 2021/22.

Para o feijão, o bom desempenho das lavouras, assegura uma colheita total de 3,04 milhões de toneladas, 1,7% acima do resultado da safra anterior (2,99 milhões de t).

A produção de algodão em pluma deve atingir recorde de 3,15 milhões de t na safra 2022/23, o que representa aumento de 23,3% em comparação com a temporada anterior, quando os cotonicultores colhera 2,55 milhões de t. “A produção recorde da pluma permite uma recomposição nos estoques finais na ordem de 59%, atingindo 2,1 mil toneladas. As exportações podem atingir 1,7 milhão de toneladas nesta safra”, disse a Conab.

Dentre as culturas de inverno, foi confirmado o crescimento de 11,8% na área cultivada de trigo no País, para 3,45 milhões de hectares e uma produção estimada em 10,82 milhões de toneladas, 2,5% acima da obtida na safra anterior (10,55 milhões de t).