São Paulo, 13/09 – As exportações brasileiras de café somaram em agosto 3,673 milhões de sacas de 60 quilos, 29,4% mais que em igual mês de 2022. A receita, de US$ 723,8 milhões, é 7,5% maior que a de agosto do ano passado, segundo informou há pouco o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Segundo a entidade, o bom desempenho reflete o incremento nos embarques dos cafés conilon e robusta e “uma certa recuperação” nos envios da variedade arábica.

No caso dos dois primeiros, o volume exportado cresceu 443%, para 699 mil sacas em agosto, “o que resulta no melhor desempenho das exportações dessa variedade em um único mês”. Os embarques de arábica avançaram 11,2%, para 2,65 milhões de sacas. Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, os cafés canéforas (conilon e robusta) brasileiros permanecem mais competitivos e demandados, pois importantes produtores da variedade, principalmente Vietnã e Indonésia, têm enfrentado adversidades climáticas e queda na produção.

“Esse cenário tem sido muito favorável ao produtor do Brasil, pois o preço vem se mantendo estável nos últimos meses, já que a alta substancial na Bolsa de Londres, que saiu de US$ 1.735 por tonelada no contrato novembro/23, em 30 de dezembro passado, para os atuais US$ 2.430/t – alta de 40%, apesar da queda do dólar de R$ 5,21 para R$ 4,92 no mesmo período -, contribui bastante para esses recordes nas exportações de conilon e robusta”, destaca Ferreira em comunicado.

Segundo ele, com a recuperação na safra 2023 de arábica no Brasil, já se observa uma redução no porcentual de canéforas nos blends no consumo interno, o que aumenta a disponibilidade dessa variedade para o mercado internacional, também favorecendo uma maior competitividade. “As perspectivas para nossos conilon e robusta seguem positivas, pois o advento do El Niño, ainda que não tão intenso, cria um ambiente favorável à estabilidade deste mercado em curto e médio prazos”, revela.

Em relação ao arábica, Ferreira afirma que, com o final da colheita, confirma-se um aumento nos volumes recebidos nos armazéns, o que já se previa em função da boa carga observada nas lavouras no período de pré-colheita, principalmente nas áreas que foram muito impactadas, nos últimos dois anos, pela estiagem e pela geada.

“Com uma disponibilidade superior a 2021 e 2022, o fluxo de cafés comercializados aumentou significativamente, tanto para entrega futura, quanto para novos negócios, o que pressionou a Bolsa de NY nos últimos meses. Como a qualidade reportada é muito boa e, embora o trade venha experimentando, no geral, diferenciais mais apertados contra a plataforma nova-iorquina, o Brasil recupera participação nas exportações de arábica, registrando volumes superiores aos observados nos últimos meses do primeiro semestre, ou seja, no final da safra 2022/23”, explica.

O presidente do Cecafé reitera que as perspectivas são positivas para os embarques do país continuarem avançando, uma vez que foram observadas floradas importantes no parque cafeeiro, mais recentemente no arábica e, anteriormente, nos canéforas. “Caso tenhamos condições climáticas adequadas daqui à próxima colheita, o Brasil tem plenas condições de retomar, a partir da temporada 2024/25, volumes próximos aos verificados em 2020”, diz.

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