02/04/2020 - 13:06
O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alcançou uma média de 172,2 pontos em março, uma queda de 4,3% (7,8 pontos) em relação ao mês anterior, embora ainda 4,6 pontos (2,7%) a mais que em março de 2019. Segundo a FAO, o acentuado declínio em março foi impulsionada em grande parte pelas contrações de demanda, por causa da pandemia por covid-19.
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“A queda de preços é motivada em grande parte por fatores de demanda, não por oferta, e os fatores de demanda são influenciados por perspectivas econômicas cada vez mais deterioradas”, disse em comunicado o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian.
O Índice de Preços do Açúcar da FAO registrou a maior queda, de 19,1% em relação ao mês anterior. As causas incluem menor demanda fora de casa, vinculada às medidas de confinamento impostas por muitos países, e menor demanda por produtores de etanol em virtude da queda nos preços do petróleo.
O Índice de Preços de Óleo Vegetal da FAO caiu 12,0% em um mês, principalmente em virtude da queda nos preços do óleo de palma, associada à queda nos preços do óleo mineral bruto e do aumento das incertezas sobre o impacto da pandemia nos mercados de óleo vegetal em todo o mundo. Os preços do óleo de soja e colza seguiram a tendência.
O índice FAO dos preços do leite caiu 3,0%, pressionado pelas cotações declinantes e pela interrupções nas cadeias de suprimentos de laticínios, destinadas a controlar a propagação da covid-19.
O Índice de Preços dos Cereais da FAO em março declinou 1,9% em relação a fevereiro e atingiu quase o nível de março de 2019. Os preços internacionais do trigo caíram, por causa dos efeitos de grandes suprimentos globais e perspectivas de safras amplamente favoráveis. Os preços do milho também caíram em virtude da grande oferta e da demanda muito mais fraca do setor de biocombustíveis.
O Índice de Preços de Carne da FAO caiu 0,6%, liderado por quedas nas cotações internacionais de carnes ovina e bovina, para as quais as disponibilidades de exportação são grandes e a capacidade comercial diminuída por gargalos logísticos. Mas as cotações de carne de suíno aumentaram em meio à crescente demanda global, enquanto as instalações de processamento foram prejudicadas pelas restrições ao movimento dos trabalhadores.