01/06/2008 - 0:00
A ROMARIA DO ETANOL
No Peru, onde participou da Quinta Cúpula América Latina, Caribe e União Européia, o presidente Lula afirmou que as discussões em torno dos biocombustíveis estão apenas começando. Presentes ao evento, a chanceler alemã Angela Merkel e o chefe de governo espanhol José Luis Zapatero ouviram de Lula que é fundamental que as discussões tenham bases científicas, e não apenas ideológicas e emocionais, como tem acontecido até agora. “Acho muito engraçado quando as pessoas que querem despoluir e desaquecer o planeta criticam o Brasil, que oferece um combustível não emissor de CO2”, disse.
PECUÁRIA
Em cartaz: “O Pacto de Uberaba”
Entidades representativas do setor pecuário brasileiro entregaram ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, uma carta com reivindicações ao governo. O “Pacto de Uberaba”, como vem sendo chamado o documento, é uma lista de propostas referentes ao controle da rastreabilidade e erradicação da febre aftosa. Entre as propostas está a atribuição da rastreabilidade para entidades da iniciativa privada como a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, presidida por José Olavo Borges (foto).
EXPANDINDO OS NEGÓCIOS
Lubrificantes da Agrale
A Agrale anunciou a sua entrada no mercado de óleos lubrificantes. A empreitada será feita em parceria com a petroquímica Repsol e os produtos serão comercializados com a marca Agralub. A expectativa da empresa é de que já em 2008 cerca de 1,6 milhão de litros sejam comercializados. A principio, o produto será disponibilizado apenas para os clientes da Agrale, sendo distribuído nas revendas da empresa. A idéia é oferecer um produto de baixo custo, que funcione como uma ferramenta de marketing para as máquinas oferecidas pela empresa.
NOVO STATUS
Queijo-de-minas vira patrimônio cultural
O tradicional queijode- minas está com a bola toda. O motivo é que no último dia 15, o produto foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Segundo Fernando de Almeida, presidente do Iphan, a técnica de fabricação artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”. Agora, resta apenas a homologação pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil.
FORÇA DO BNDES
Coutinho “flerta” com o campo
Com ares de aprovação, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que estudará a extensão de benefícios da política industrial ao setor de máquinas e implementos agrícolas. A promessa foi feita a integrantes da Abimaq, entidade que representa o setor, e consiste, basicamente, na redução de taxas dos empréstimos.
BIOCOMBUSTÍVEIS
Multinacionais apostam no etanol de celulose
A DuPont e a Genencor anunciaram um acordo para formar uma joint venture voltada para o desenvolvimento e a comercialização de etanol de celulose. Segundo as empresas, esta será a próxima geração de biocombustíveis, produzidos a partir de fontes não alimentícias e visa atender a um mercado de US$ 75 bilhões.
MÁQUINAS
John Deere de casa nova
A John Deere acaba de inaugurar sua quarta fábrica em território nacional. Instalada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e com investimentos na ordem de US$ 250 milhões, a indústria concentrará a produção de toda a linha de tratores da empresa. “Queremos a liderança do mercado e essa nova fábrica terá papel estratégico para isso”, garantiu o vicepresidente de Marketing, Vendas e Planejamento para a América do Sul, Aaron Wetzel. Com a planta de Montenegro, a companhia tem capacidade instalada para a produção de 15 mil tratores por ano e já opera com 60% da sua capacidade.
172,6% foi o aumento no lucro do Marfrig em 2008
PECUÁRIA
Lucros gordurosos do Marfrig
Um dos maiores frigoríficos da América Latina, o Marfrig anunciou um lucro líquido de R$ 52,9 milhões no primeiro trimestre de 2008, resultado 172,6% maior que o do mesmo período de 2007. O resultado, no entanto, exclui as despesas extraordinárias com hedge cambial feito pela companhia no ano passado. A receita líquida de vendas do Grupo Marfrig foi de R$1,067 bilhão no primeiro trimestre de 2008, resultado 60,9% acima do obtido no primeiro trimestre de 2007.
R$ 850 MILHÕES é o faturamento esperado para 2008
AQUISIÇÃO
Fome de leite
A empresa gaúcha Bom Gosto comprou sua quarta empresa no período de um ano. Agora foi a vez da Corlac, por valor não revelado ao mercado. Com os novos ativos, estima- se que o faturamento da empresa suba 6,25% e alcance os R$ 850 milhões. Os últimos remates do grupo sulista foram a também riograndense Nutrilat e a mineira Santa Rita.
CLIMA
La Niña do bem
O fenômeno meteorológico La Niña, tido como principal responsável pela distribuição das chuvas pelo Brasil, deve ajudar no aumento da produção do milho safrinha, a ser colhido em junho. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção deve atingir 18,3 milhões de toneladas, quase 24% a mais que no ano passado.
GRÃOS
Muito campo, pouca soja
Em relatório divulgado pelo USDA, Departamento de Agricultura Americano, ficou constatada uma oferta apertada de soja para a safra 2007/2008. O número apontado cravou em 219,72 milhões de toneladas do grão ante 219,99 milhões de toneladas do relatório de abril. Os estoques finais ficarão em 49,09 milhões de toneladas, situação apertada segundo o USDA. Por isso, os americanos não acreditam em preços mais baixos até, pelo menos, a próxima safra.
PARCERIA
Case entra em campo
Prova de que o agronegócio está cada vez mais em alta, a Case, braço de máquinas agrícolas da Fiat, passou a estampar sua marca na camisa do Palmeiras. A estratégia, de acordo com a empresa, é usar o futebol para divulgar a marca entre os produtores rurais. “Entramos nessa parceria com o Palmeiras porque temos importantes unidades de negócios em São Paulo, onde produzimos colhedoras de cana-de-açúcar, por exemplo”, diz Milton Rego, diretor de Comunicações e Relações Externas da Case.
UE aprova fim dos subsídios ao etanol
Depois de muita discussão, a Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, aprovou no último dia 20 o fim dos subsídios ao etanol. Os europeus, no entanto, deixaram claro que manterão critérios rígidos para a entrada de biocombustíveis na região, vetando produtos que não respeitem o meio ambiente e aspectos sociais. Mariann Fischer Boel, comissária de Agricultura da UE, foi uma das principais responsáveis pelo projeto, que agora só precisa ser aprovado pelos 27 membros da comunidade para que seja implementado.
CANAL RURAL
Brinde com glamour
Nem chapéu de cowboy, nem bota. O Canal Rural escolheu produtos da Tiffany & Co para presentear as esposas dos CEOs que ganharam sorteio que a emissora organizou durante o 7º Fórum Empresarial de Comandatuba, do qual foi um dos patrocinadores. As jóias, com assinatura de Elsa Peretti, têm formato de feijão, em alusão à safra recorde do Brasil.
PESQUISA
Suco com baixo valor calórico
Pesquisa da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp desenvolveu um suco de cupuaçu com baixo valor calórico, que pode ser consumido por pessoas com restrições ao açúcar. A fruta é rica em fibra, o que dá a sensação de saciedade, e ainda melhora o funcionamento do intestino.
ESTRATÉGIA
Sadia e Kraft juntas
O aquecimento do mercado de queijos fez com que duas gigantes do setor de alimentos se unissem. Sadia e Kraft Foods fizeram uma joint venture para explorar o segmento. A primeira tem 49% de participação e a segunda 51%. O investimento inicial é de R$ 30 milhões e a expectativa é que a nova empresa fature R$ 40 milhões já no primeiro ano.
CAFÉ
Perspectivas da safra 2008/2009
Gil Barabach, analista de café da Safras & Mercado, fala sobre as perspectivas da safra que começou a ser colhida no mês passado
RURAL – Qual é a perspectiva para a safra de café arábica que começa a ser colhida agora?
BARABACH – Nossa perspectiva é de uma colheita total de 50 milhões de sacas. Em relação ao café do tipo arábica, nossa previsão é de algo em torno de 37 milhões de sacas. Pode até ser que se chegue a um volume superior a essas estimativas, mas os números que tomamos como base não indicam grandes variações.
RURAL – Este ano é ano de safra cheia, mas o Conselho Nacional do Café chegou a divulgar que haveria queda por conta da chuva fora de época no segundo semestre do ano passado. Haverá queda?
BARABACH – Na verdade já podemos registrar queda. Basta notar que a perspectiva inicial era de 55 a 65 milhões de sacas. Mas os problemas com chuva no ínicio da safra comprometeram a produtividade da lavoura e já podemos computar queda da safra, que só não será maior graças ao bom clima no momento da granação, quando se formam os frutos dos cafezais, o que acabou compensando os problemas de chuvas no ano passado.
RURAL – Quais as perspectivas para a comercialização dessa safra?
BARABACH – Nesse ano, embora tenhamos uma safra grande, bem superior a 2006, quando a safra foi de 36 milhões de sacas, será um ano de retomar estoques, que se encontram em patamares muito abaixo dos últimos anos. Teremos um grande volume de café para ser negociado, mas o impacto disso no mercado será atenuado justamente pelos baixos estoques de café. Hoje calculamos um estoque médio de 5 milhões de sacas no fim da temporada comercial. Pouco, se pesarmos que o Brasil já registrou estoques de 18 milhões de toneladas.
