01/08/2008 - 0:00
OS ESPECIALISTAS: Ricardo Brasil, da Terra Corretora, seguido por Luiz Monteiro e Carlos Widonsck, da CM Capital e da Fator, respectivamente
Dos modernos monitores desses homens saem informações preciosas que podem garantir o sucesso na hora da comercialização da safra. Eles estão na linha de frente de algumas das principais corretoras do País, empresas que auxiliam o produtor a operar no mercado financeiro “rural” e que com acompanhamento constante do que acontece com o agronegócio mundial podem oferecer ferramentas importantes na hora de vender o seu produto.
De acordo com o diretor de desenvolvimento e fomento de mercados da BM&F, Verdi Monteiro, a grande vantagem de se trabalhar com esse tipo de empresa é a possibilidade de se proteger das oscilações do mercado. “A Bolsa oferece várias alternativas e as corretoras ajudam o produtor a tomar a melhor decisão”, explica. Através de um selo de certificação, a Bolsa certifica as corretoras com especialização na área agrícola, o que ajuda o produtor na hora de procurar esse tipo de serviço. “É uma garantia de que a empresa está atuando em uma área que ela conhece”, afirma.
Dos serviços oferecidos por essas empresas, os mais procurados são os de proteção de safra, como o famoso hedge. “Nesse tipo de operação, o produtor antecipa a venda de sua produção, estipulando um preço futuro a ser pago. Com isso ele consegue manter uma margem de ganho, independentemente da oscilação do mercado”, explica o operador de mercados agrícolas da CM Capital, Luiz Monteiro, cuja empresa atua desde 1998 no Brasil e possui uma equipe especializada na área agrícola. Com esse tipo de operação é possível se livrar de prejuízos em caso de queda de preços.
O produtor também pode usar o mercado financeiro para buscar financiamento para custear sua safra. Um exemplo é o uso da Cédula de Produto Rural (CPR). Nesse modelo, o produtor se compromete a entregar parte da sua produção e recebe o dinheiro na hora. O valor da operação é fixado no momento da aquisição da CPR e a operação é avalizada pelo Banco do Brasil. “A vantagem é que o produtor pode barganhar, pois a venda se dá por meio de leilão.”
RECURSOS – Ter à disposição os serviços dessas empresas também pode ajudar o produtor no seu dia-a-dia, já que, com monitoramento do mercado agrícola global, elas dispõem de informações que podem ajudá-lo na tomada de decisões. “Estamos ligados o tempo todo em tudo o que acontece no mundo e informamos o porquê de o preço subir ou porque a demanda diminuiu”, afirma o diretor-presidente da Terra Corretora, empresa com 550 mil contratos na área agrícola, Ricardo Brasil. O diretor conta que as corretoras também podem auxiliar o produtor em operações estratégicas, como as de estruturação de financiamento. “Auxiliamos a planejar e conseguir financiamento, vemos situação dos bancos e taxas de juros.”
Mas que fique claro: nem tudo são flores no mercado financeiro. Para todo tipo de operação, existe uma margem de risco que necessita ser bem trabalhada. Quem ressalta essa situação é o o gerente de mercados agrícolas da Fator Corretora, Carlos Widonsck. “O produtor precisa primeiro entender o mercado para depois operar”, diz. No entanto ele garante que com planejamento, operar no mercado pode trazer grandes vantagens.