RUMO À LIDERANÇA

O Brasil pode se tornar o maior consumidor de café do mundo”, declarou Andréa Illy, presidente da comissão organizadora da 22ª Conferência Internacional da Ciência do Café. A informação foi confirmada por Nathan Herszkowicz, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). “Temos o objetivo de tornar o Brasil o primeiro consumidor do globo em cinco anos”, diz. E a expansão das cafeterias tem ajudado. “A experiência de tomar um bom café começa fora do lar, mas leva a pessoa a procurar um café de melhor qualidade na prateleira do supermercado”, diz. As estatísticas estão a nosso favor. Enquanto o consumo mundial cresce 2% ao ano, o consumo brasileiro cresce 4,5%.

BIOCOMBUSTÍVEIS

É álcool demais!

Nada menos de 1,9 milhão de canaviais foram incorporados à safra 2008. O resultado dessa expansão resultará em 27 bilhões de álcool, dos quais 17 bilhões serão hidratados para veículos flex. Os dez bilhões restantes ficarão para o álcool anidro, adicionado à gasolina. Esse total representa 57% da safra, cujo volume é 18% superior à de 2007. A próxima estimativa sairá em novembro.

OVINOS

Poliselli abre a carteira

Opecuarista Valdomiro Poliselli Jr. arrematou por US$ 34 mil um importante reprodutor da raça Dorper. O animal foi adquirido num leilão em Dubo, na Austrália. O lote, “Amarula Maverick”, tornou-se o ovino mais caro já comercializado naquele país. O animal vai demorar um ano para chegar ao Brasil. “Ele vai cumprir uma série de contratos já firmados, inclusive com fêmeas de nosso plantel que temos na Austrália”, afirma Poliselli.

COURO

Câmbio “machuca” o couro

O real valorizado ante o dólar também tem prejudicado os embarques de couro para o Exterior. Isso é o que garante o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, Luiz Bittencourt. Em relação a 2007, o volume negociado até o mês passado é 6% inferior, com resultados de US$ 1,38 bilhão. “Até o fim do ano, devemos exportar algo em torno de US$ 2 bilhões”, diz. Segundo ele, o setor tem investido em novas tecnologias de produção para tentar baixar os custos e manter a competitivida

GRÃOS EM DESTAQUE

O que acontece nos principais mercados do mundo

Baixa na soja nos EUA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) reduziu a estimativa para a safra 2008//09. Em agosto, a projeção era de 80,9 milhões de toneladas, mas foi revisada em setembro e caiu para 79,85 milhões de toneladas.

Menos milho no Brasil

O plantio da safra 2008/09 de milho teve sua largada no mês passado. Segundo previsão da consultoria SAFRAS & Mercado, haverá um recuo de 5,1% ante os 6,334 milhões de hectares cultivados na temporada 2007/08.

Conab interfere no trigo

O mercado brasileiro de trigo segue com poucos negócios nas principais praças. Em leilão promovido recentemente, a Conab negociou 3.408 dos 3.704 contratos de opção de venda de trigo. O montante da operação chegou a R$ 243.842,40.

MERCADO FINANCEIRO

Seguuuuura, BMF&Bovespa!

A partir deste mês, os produtores cadastrados na BMF&Bovespa devem estar espelhados na Chicago Mercantil Exchance (CME). A novidade dá maior visibilidade aos pregões nacionais. Para os próximos meses, será a vez de os produtores da CME estarem espelhados na BMF&Bovespa. O resultado esperado é um maior número de investidores estrangeiros de olho nos negócios brasileiros. Paralelamente, investidores nacionais terão acesso ao mercado americano, pagando em reais.

EXPORTAÇÃO DE GENÉTICA

Jovelino Mineiro S.A.

O pecuarista Jovelino Mineiro, ex-sócio de FHC, realizou a primeira exportação de embriões da raça Brahman para criatórios do Canadá. “Eles procuravam animais diferentes dos selecionados lá e, como nossa criação é voltada ao regime extensivo, levamos vantagem”, diz.

NOVIDADE

Frontier à brasileira

Antes importada da Tailândia, a nova Nissan Frontier agora será fabricada no Brasil. Com isso, a picape ganha versões menos equipadas e fica bem mais barata que o modelo tailandês. Segundo a montadora, os preços devem partir dos R$ 85 mil, ante os R$ 120 mil cobrados anteriormente. Os modelos começam a ser vendidos na segunda metade de outubro, em todo o Brasil.

O SOBE-E-DESCE DA PECUÁRIA

Arroba ladeira abaixo

 

Pela primeira vez no ano, a arroba do boi apresentou queda. O preço caiu 14,3%, se comparado a junho. O recuo foi causado pela entrada do gado confinado. A oferta desses animais deve continuar até o fim do mês. Mas para a Scot Consultoria, os preços continuam bons, em torno de R$ 90.

 

Aperto no etanol

O parlamento europeu votou no último mês por uma redução mais acentuada na meta que prevê a utilização de biocombustíveis em transportes terrestres até 2020 na União Européia. A decisão representa uma ameaça aos planos brasileiros de tornar o etanol uma commodity. O encontro, que envolveu líderes dos 27 países membros, baixou o percentual de combustíveis verdes de 10% para 5%.

QUESTÃO INDÍGENA

Funai recua em MS

Os estudos que visam a demarcação de uma reserva indígena em Mato Grosso do Sul estão suspensos. A vitória parcial dos produtores foi anunciada pelo presidente da Funai, Marcio Meira, após reunião com

 

André Puccinelli, governador do Estado.

“Mas os estudos serão retomados em breve”, diz Meira. A situação tem causado transtorno em 26 municípios. Nessa região, produtores têm dificuldades de levantar crédito. Os bancos estão receosos de fazer empréstimos a quem pode ter a terra desapropriada.

CARNE PARA A UE

O retorno do bife

Ainda longe do ideal, mas acima das 100 primeiras fazendas autorizadas a exportar carne para a União Européia (UE), mais 46 propriedades foram incluídas na última lista, divulgada no fim do mês passado. A lista, que em momentos anteriores passou perto dos 3 mil nomes, possui 296 exportadores habilitados a vender para aquele bloco. A novidade representa um incremento de 18,4% ante a última atualização.

 

EFEITO ALTA DO DÓLAR

 

Moeda no campo

Um estudo realizado pela Agência Rural reafirma a tese de que agricultura é câmbio. Com a possível valorização do dólar norteamericano ante o real, quem ganha é a renda no campo. Os números mostram que, com uma cotação na casa de R$ 1,60 por dólar, os produtores teriam uma rentabilidade de 6%. Cotado a R$ 1,80, a rentabilidade subiria para 25%.

NUTRIÇÃO ANIMAL

Suplementos minerais

Marcos Sampaio Baruselli, gerente de assuntos regulatórios da Tortuga, fala sobre o impacto da redução da tarifa de importação do ácido fostórico

RURAL – A Câmara de Comércio Exterior (Camex) isentou o ácido fosfórico da tarifa de importação. Qual é o benefício da medida para o produtor ?

BARUSELLI – A isenção da alíquota de importação do ácido fosfórico com certeza beneficia o produtor, uma vez que é uma matéria- prima fundamental para fabricar fosfato bicálcico, material utilizado como fonte de fósforo na fabricação de suplementos minerais. Ao reduzir de 4% para 0 a alíquota de importação do ácido fosfórico, a CAMEX permitiu à indústria de suplementos minerais reduzir seus custos de produção. A Tortuga repassou ao produtor o desconto de 4% no preço final da sua linha de suplementos minerais.

RURAL – Em termos reais, quanto o criador economizará?

BARUSELLI – O que deve ficar claro é que, em se tratando de fornecer suplementos minerais, o produtor rural está promovendo aumento de produção e da saúde dos rebanhos.

O maior prejuízo que o produtor pode ter é o não fornecimento, alegando “economia”. Trabalhos do Cepea/USP mostram que, quanto mais alto o nível tecnológico de uma propriedade rural, maior é a necessidade de utilização de insumos, como os suplementos minerais, e que maior será o prejuízo ao produtor na ausência do mesmo. Fazendo uma conta simples, pode-se dizer que um produtor com 1.000 vacas que juntas consomem 1.000 sacos de 30 kg por ano de suplementos minerais ao custo por saco de R$ 70 estaria economizando um valor de R$ 2,8 mil/ano.

 

RURAL – Como essa isenção pode estimular a utilização dos suplementos minerais?

BARUSELLI – Reduzindo os custos de produção dos suplementos minerais, o preço final cai. Com preços menores, o produtor rural tem melhores chances de comprar e utilizar insumos em suas propriedades. Usando mais insumos, a produtividade aumenta e toda a cadeia, incluindo o consumidor final, ganha com isso.