10/06/2020 - 7:09
A Prefeitura de São Paulo libera a partir desta quarta-feira o funcionamento de lojas de rua e imobiliárias, fechadas desde 20 de março, quando foi decretada a quarentena. A medida faz parte do plano de retomada econômica do Estado e o funcionamento será em horário reduzido. No último dia 5, escritórios e concessionárias já haviam recebido aval para reabrir. A autorização para shoppings deve valer a partir de amanhã – depende de o Município fechar acordo com o setor. Médicos veem com ressalvas a flexibilização em meio ao recorde de confirmação de mortes no Estado e com 67% das UTIs ocupados na capital.
O plano estadual de reabertura econômica, da gestão João Doria (PSDB), vale desde o dia 1º. Pelo modelo, a retomada dos setores será em fases e diferente em cada região. A capital foi colocada no nível dois (de cinco possíveis) de relaxamento da quarentena, o que permite reabrir lojas e shoppings. A classificação da fase, diz o governo, depende da análise de fatores como a ocupação de UTIs e o número de infectados. Se o quadro piora depois da reabertura, a região pode regredir de fase.
A informação da retomada do comércio – às vésperas do Dia dos Namorados – é importante para o varejo. Lojas e imobiliárias poderão funcionar por, no máximo, quatro horas por dia. O funcionamento não poderá coincidir com o horário de pico do trânsito (7h às 10h e 17h às 19h). As lojas se comprometeram a abrir das 11h às 15h. As imobiliárias não definiram um turno padrão.
Os estabelecimentos também terão de respeitar lotação máxima de 20% da capacidade e adotar medidas sanitárias, como oferecer álcool em gel, manter distância de um metro entre os clientes e orientá-los para evitar aglomerações.
Representantes de 27 entidades de setores comerciais assinaram acordo com a gestão Bruno Covas (PSDB).
“A expectativa agora é que amanhã (hoje), a gente também consiga assinar com o setor de shoppings centers para que também possam votar a funcionar a partir de quinta-feira e, com isso, já teremos assinado com cinco setores”, disse Covas, conforme nota divulgada pela Prefeitura ontem. Ainda segundo o Município, as entidades se comprometeram a dar apoio a funcionárias e funcionários “que não tenham quem cuide de seus dependentes incapazes no período em que estiverem fechadas as creches, escolas e abrigos – especialmente as mulheres, que são mães”.
Em alguns shoppings, gestores já instalaram câmeras com detecção de temperatura nas entradas, para evitar o acesso de pessoas com sintomas da covid-19. Separadores de filas, com locais delimitados para garantir distanciamento de um metro entre os clientes, também estão sendo instalados.
“É melhor abrir assim do que não reabrir”, diz Alfredo Cotait, presidente da Associação Comercial de São Paulo. Ele admitiu ainda que nem todas as lojas estão preparadas para seguir as regras.
Testagem
Covas disse ainda que os setores se comprometeram a arcar com a testagem de funcionários com sintomas. Cotait, porém, diz que o protocolo da Prefeitura sugere que as lojas testem os funcionários, mas não obriga. Esse foi um dos pontos de impasse na negociação entre Prefeitura e empresários.
Ricardo Patah, do Sindicato dos Comerciários, diz negociar com as empresas a possibilidade de testar os trabalhadores para identificar casos assintomáticos. A testagem é considerada importante para detectar rapidamente infectados e conter possíveis novos surtos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.