16/06/2020 - 13:41
O Estado de São Paulo voltou a registrar um recorde do número de mortes por coronavírus em um intervalo de 24 horas nesta terça-feira, 16. Agora, foram mais 365 mortes a mais em relação aos 10.767 óbitos registrados na segunda, fazendo o total chegar agora a 11.132, segundo disse nesta tarde o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. O número de casos também bateu recorde, com mais 8.825 confirmações em relação ao dia anterior. Dessa forma, São Paulo já tem 181.460 pessoas com o diagnóstico de covid-19.
O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, pneumologista Carlos Carvalho, afirmou que o aumento está dentro das estimativas do governo. “Como era esperado, tivemos um número menor na variação de domingo, ontem foi menor na segunda e, hoje, dá um pequeno salto. Se nós pegarmos esses três dias, computarmos o número de óbitos e dividirmos por três, dá 185 óbitos por dia, em média”, disse o médico.
“Como vem agora, os próximos dias volta a subir um pouco, estamos mantendo uma média, se olharmos os sete dias (da semana), na faixa de 250 óbitos por dia, um pouco mais, um pouco menos. Então, apesar de ontem para hoje termos um número grande, isso não está diferente do que vem sendo observados nos últimos tempos. Como temos mais casos, temos mais mortes”, completou.
O pneumologista destacou que, com o aumento do número de casos da doença, a letalidade do coronavírus está caindo no Estado, fato que já era esperado, uma vez que o número de testes em São Paulo está em alta, segundo o governo. O recorde anterior de novos casos era da última quarta-feira, dia 10, quando o total chegou a 340.
O secretário Germann, afirmou que, nesta terça, o prazo dado por uma das empresas que vendeu respiradores para o governo do Estado venceu e o material não foi entregue. Desta forma, o Estado tratará agora judicialmente com o fornecedor.
O secretário executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, afastou a relação entre o processo de abertura do Estado, iniciado na semana passada, e o aumento do número de óbitos. Segundo afirmou, as mortes de agora são resultado de um alastramento da doença de semanas atrás. Segundo Gabbardo, o dado a ser observado, para aferição da evolução da doença, é o número de novas internações.
“A evolução de São Paulo aponta que, na vigésima semana (do ano), nós tivemos o maior volume de demanda por internação hospitalar para atendimento de doença respiratória aguda. Na vigésima semana. Estamos agora na vigésima quinta semana. Da vigésima semana para a vigésima quarta semana, houve gradativamente uma redução no número de internações por doença respiratória”, afirmou.
“Agora, isso não é definitivo”, segundo ressalva feita pelo médico. “Isso não significa que, nas próximas semanas, não possamos ter um aumento. Principalmente porque a gente sabe que é lá pela semana 26, 27, que historicamente há um pico de internação por doença respiratória. Então, o que a gente pode apresentar é isso: dá vigésima semana para cá, tem havido uma redução. Tem de observar nessa e nas próximas semanas como isso evolui”, disse.