19/06/2020 - 9:47
O dólar no mercado à vista chegou a subir de forma pontual à máxima de R$ 5,3732 na manhã desta sexta-feira, 19, em meio a um pano de fundo de cautela política pelo risco Queiroz, mas em seguida se realinhou ao dólar fraco ante outras divisas emergentes ligadas a commodities, que direcionou a abertura da sessão. A agenda diária é mais fraca.
Os agentes de câmbio realizam pequena parte dos ganhos de 10% acumulados nas últimas sete sessões, diante da notícia de que Fabrício Queiroz não pretende fazer delação premiada por enquanto e do apetite por ativos de risco no exterior após relatos de que a China planeja acelerar compras de bens agrícolas dos EUA para cumprir o acordo comercial de fase 1 com Washington.
A defesa de Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), deve entrar nesta sexta-feira com pedido de habeas corpus, tendo como principal argumento seu estado de saúde – ele estaria se tratando de um câncer. Há a expectativa de conseguir, no mínimo, uma prisão domiciliar.
Apesar de pessoas próximas ao policial militar aposentado dizerem que ele poderia fazer delação caso a mulher e as filhas sejam atingidas, a defesa atual dele não trabalha com esse tipo de medida – e descarta, portanto, que ela seja feita no momento.
Por outro lado, Queiroz já deu demonstrações de instabilidade em entrevistas que concedeu antes de sumir de vez, nas quais se queixava de ter sido “abandonado” pela família Bolsonaro. A mulher de Queiroz, Márcia Oliveira Aguiar, continua foragida.
Embora predomine o otimismo, os investidores seguem atentos aos novos surtos de covid-19 nos EUA e na China e aguardam um novo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no começo da tarde.
Às 9h27 desta sexta, o dólar no mercado à vista caía 0,30%, a R$ 5,3547. O dólar futuro para julho recuava 0,47%, a R$ 5,3585.