26/08/2020 - 15:40
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, disse que a autorização para que a plataforma de pagamentos do WhatsApp volte a operar será concedida assim que o regulador tiver conforto de que ela é “pró-competitiva”.
A solução está suspensa pelo regulador há dois meses. O serviço de envio e recebimento de dinheiro por meio do WhatsApp, que pertence ao Facebook, foi lançado no Brasil no dia 15 de junho. Uma semana depois do anúncio, porém, o BC decidiu suspender a solução, alegando a necessidade de avaliar questões de competição e privacidade de dados.
“O BC vê com excelentes olhos entrantes que ofertem meios de pagamentos eficientes e competitivos para os usuários. Isso podem ser big techs, instituições de pagamento, fintechs, quem quer que preste valor é bem vindo”, afirmou Pinho de Mello, durante conferência online, nesta tarde, promovida pela TAG Investimentos.
“A solução de pagamento do WhatsApp… vamos autorizá-la assim que tivermos conforto necessário que é uma solução pró-competitiva. Não é autorizar o WhatsApp, mas os arranjos de pagamentos”, esclareceu.
Segundo ele, a solução tem de ser boa tanto para o pagador quanto para o recebedor. No caso das pessoas físicas, o serviço de pagamentos do WhatsApp não terá custo.
Pinho de Mello disse, porém, que, no caso das pessoas jurídicas, a plataforma tinha uma taxa de desconto “razoavelmente alta” e só um credenciador, neste caso a Cielo. A solução do WhatsApp anunciou que cobraria uma taxa de 3,99% sobre o valor de compras.
“A gente vai evitar a todo custo que repliquemos o que tinha no mercado de cartões até 2010 – quando operava sob um modelo fechado”, destacou.
De acordo com Pinho de Mello, o processo de aprovação junto aos arranjos de pagamentos parceiros do WhatsApp é o mesmo que o BC aplica a todos os demais do mercado.
Questionado sobre como o BC vê a parceria entre o banco da PagSeguro, o Pagbank, e aplicativo chinês TikTok, anunciada recentemente, Pinho de Mello afirmou apenas que “iniciativas eficientes, que gerem valor e que promovam a disrupção são bem vindas”.
O diretor do BC disse ainda que o mandato da autoridade monetária é garantir que os arranjos de pagamentos sejam abertos, interoperários e competitivos.