03/09/2020 - 7:12
Um estudo liderado pelo professor Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da UFBA, aponta que os impactos da chegada das manchas de óleo na costa brasileira pioraram em 2020. “O dano foi imenso. Esperávamos observar, em 2020, alguma melhora mas isso não aconteceu”, lamenta o professor. “Uma situação de desequilíbrio biológico grave já se instalou.”
Antes da chegada da mancha de óleo, diz ele, havia aproximadamente 88 espécies a cada 35 metros quadrados de praia. Em outubro, quando o óleo chegou nas quatro praias que monitoramos, esse número caiu para 47. Em 2020, voltamos para as praias em março, maio e julho. Nos três retornos, o número diminuiu para 17. “Uma perda de biodiversidade em torno de 80%.”
No caso da densidade, até outubro de 2019 havia uma média de 446 organismos vivos a cada 35 metros quadrados de praia, número que caiu para 74 em julho, uma perda de 83% em menos de um ano. Outro aspecto analisado foi o do adoecimento dos corais. Enquanto nos anos anteriores, a média anual era de 5% a 6%, ele chegou a 51% em outubro passado e a 85% atualmente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.