04/09/2020 - 11:04
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, nesta sexta-feira, 4, que não espera uma ampla vacinação contra o novo coronavírus antes de meados de 2021. “Um número considerável de candidatos já entrou na fase 3 dos testes. Sabemos de pelo menos seis a nove que já percorreram um longo caminho em termos de pesquisa”, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, em coletiva de imprensa, em Genebra.
“Mas em termos de um cronograma realista, não esperamos ver uma ampla vacinação antes de meados do próximo ano”, acrescentou. A porta-voz explicou que a fase 3 dos estudos clínicos – ou seja, a etapa de testes em massa com voluntários – leva tempo, pois os cientistas devem verificar se as vacinas são eficazes e seguras.
Há uma grande competição para desenvolver um imunizante contra covid-19. Nos Estados Unidos, país com o maior número de mortes no mundo, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) pediram “urgentemente” aos Estados que façam o que for necessário para que os centros de distribuição de uma futura vacina possam ser “completamente operacionais antes de 1º de novembro de 2020”, ou seja, pouco antes da eleição presidencial. No final de agosto, o presidente americano, Donald Trump, prometeu uma vacina ainda “este ano”.
Outro país que está na corrida é a Rússia. Nesta sexta-feira, um artigo publicado pela revista The Lancet apontou que o grupo de pacientes que participou de um estudo preliminar da vacina russa desenvolveu uma resposta imune sem nenhum efeito colateral sério. Os resultados dos dois testes, conduzidos em junho-julho deste ano e envolvendo 76 participantes, mostraram que 100% deles desenvolveram anticorpos para a doença.
No entanto, esses resultados preliminares não provam que a vacina protege efetivamente contra a infecção por covid-19, já que outros estudos são necessários, afirmam especialistas.
Em Genebra, Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, explicou esta semana que a organização está trabalhando com especialistas de todo o mundo para “propor critérios” para a segurança e eficácia de futuras vacinas. “Gostaríamos de ver uma vacina com eficácia de pelo menos 50%, de preferência superior”, disse.