04/09/2020 - 19:47
Na queda de braço entre supermercados e fornecedores, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) disse nesta sexta-feira, 4, que tem orientado os associados a comprarem apenas o necessário. “A Apas reitera que tem recomendado aos supermercados associados que continuem negociando com seus fornecedores e comprem somente a quantidade necessária para a reposição”, diz em comunicado.
A instituição afirma ainda que orienta que sejam oferecidos aos consumidores “opções de substituição aos produtos mais impactados por esses aumentos provenientes dos fornecedores de alimentos, que são provenientes de variáveis mercadológicas como maior exportação, câmbio e quebra de produção”.
A entidade ressalta que sua preocupação está em conseguir cumprir com sua missão de abastecer a sociedade, conforme previsto no Decreto Federal 9.127/17, que reconhece a atividade supermercadista como essencial para a população.
A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) diz também em nota ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que, por se tratar de variável concorrencial, os preços não são discutidos no âmbito da associação, mas sim individualmente entre empresas e as cadeias varejistas.
Ainda assim, a entidade cita dados mundiais para dizer que a alta de preços de alimentos básicos é um fenômeno mundial. “Conforme relatório publicado ontem pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu a média de 96,1 pontos, revelando que a alta nos custos dos alimentos que compõem a cesta básica é um fenômeno que se constata em todo o mundo”, diz a instituição.
“No Brasil, a desvalorização cambial de mais de 30% pressiona os custos de produção da indústria. É importante ressaltar que o aumento provocado pela alta do dólar não é linear para o setor de alimentos e bebidas, pois atinge de modo diferente cada cadeia de produção”, complementa a Abia.
A instituição diz ainda que não há risco de desabastecimento no mercado interno. “As indústrias de alimentos têm trabalhado, sem parar, desde o início da pandemia para que não falte alimento na mesa do consumidor brasileiro. A alta de preços, infelizmente, tem afetado em maior intensidade a cotação de algumas matérias-primas agrícolas, devido aos movimentos mundiais de oferta e demanda”, conclui.