Das quatro divisões do Campeonato Brasileiro, a Série D é a mais nacional. Os 26 estados e o Distrito Federal estão representados pelos 68 clubes que iniciam a competição. A bola começa a rolar neste domingo (6), com os jogos de ida da etapa preliminar, que reúne oito equipes.

A edição 2020 da Série D terá 10 datas a mais que no ano passado. O formato também mudou, com os 64 times da fase de grupos divididos em chaves de oito, garantindo, pelo menos, 14 partidas às equipes participantes, contra apenas seis em 2019. A extensão do calendário atende a uma demanda de clubes e, principalmente, atletas. Antes, a primeira fase da competição terminava ainda no primeiro semestre e muitos jogadores chegavam ao meio da temporada desempregados.

A criação da fase preliminar é consequência da mudança de formato. Ela reúne os vice-campeões de 2019 nos oito estados pior colocados no ranking de federações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ou, no caso do Espírito Santo, o campeão da copa estadual. Os jogos de ida, neste domingo, são os seguintes, no horário de Brasília:

15h – Real Noroeste (ES) x Aquidauanense (MS)

16h – Ji-Paraná (RO) x Nacional (AM)

16h – Tocantinópolis (TO) x Brasiliense (DF)

17h – Baré (RR) x Ypiranga (AP)

As partidas de volta serão no próximo dia 13 de setembro, definindo as equipes que se unirão aos que se encontram na fase de grupos, com início em 19 de setembro. As chaves são regionalizadas e podem ser conferidas AQUI. Os quatro melhores de cada grupo avançam para o mata-mata. Os quatro semifinalistas garantem acesso à Série C. A previsão é que a competição termine em 7 de fevereiro do ano que vem.

Impacto da pandemia

Em condições normais, a Série D começaria em 3 de maio, mas a pandemia do novo coronavírus (covid-19) adiou o início em mais de quatro meses. Em abril, os capitães das equipes da divisão recorreram à CBF pedindo apoio financeiro, justificando que os clubes têm baixa arrecadação e que o período de inatividade acarretaria dificuldades para arcarem com os vencimentos e empregos. A entidade direcionou R$ 120 mil aos times, o equivalente a dois meses da folha salarial média.

Mesmo assim, afetados financeiramente, três clubes declinaram do torneio. O Crac, de Catalão (GO), foi substituído pela Aparecidense, quarta colocada no Campeonato Goiano do ano passado. Já Patrocinense (MG) e Luverdense (MT) deram lugar a Villa Nova e Sinop, terceiros colocados, respectivamente, nos Campeonatos Mineiro e Mato-grossense de 2019. O São Caetano chegou até a enviar um ofício à Federação Paulista de Futebol (FPF) abrindo mão da vaga na Série D, mas voltou atrás.

Assim como nas Séries A, B e C, atletas e clubes deverão obedecer a um protocolo de saúde definido pela CBF. Os jogos não terão presença de público e todos os jogadores inscritos deverão ser submetidos a testes de covid-19. Os resultados de exames de times mandantes deverão ser divulgados 24 horas antes da partida. No caso de visitantes, o prazo é 12 horas antes das viagens. As equipes podem optar por exames em laboratórios locais, ao invés do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que é o parceiro da confederação.

Pesos pesados

Entre os 68 participantes, o Joinville é o clube que está há menos tempo longe da elite. A última participação dos catarinenses na Série A foi em 2015. O Nacional (AM), por sua vez, é o time da atual Série D que em mais ocasiões disputou a primeira divisão: 16, seguido pelos rivais potiguares América-RN (15) e ABC (14). Este último, aliás, é o maior campeão estadual do futebol brasileiro, com 55 títulos.

Considerando o momento, Gama e Salgueiro são os que chegam mais embalados à Série D. O Verdão conquistou o título candango ao superar na decisão o rival Brasiliense, enquanto o Carcará se tornou o primeiro time fora de Recife a vencer o Campeonato Pernambucano, derrotando o Santa Cruz na final. Apesar do vice estadual, Caxias e Atlético de Alagoinhas deram trabalho a Grêmio e Bahia, respectivamente, e também merecem atenção.

Bangu, São Caetano e Brasiliense, por sua vez, são os representantes da divisão que mais chegaram perto de títulos nacionais de primeiro escalão. O time fluminense foi vice-campeão nacional em 1985, perdendo para o Coritiba. O Azulão caiu nas decisões de 2000 e 2001 para Vasco e Athletico-PR, respectivamente, além de ter alcançado a final da Libertadores de 2002, tropeçando no Olímpia (Paraguai). Já o clube do Distrito Federal bateu na trave na Copa do Brasil de 2002. O Corinthians levou a taça.

E por falar no Brasiliense, o clube é o principal reduto de jogadores experientes, os chamados medalhões, nesta Série D. O goleiro Fernando Henrique, o volante Radamés (ambos ex-Fluminense), o meia Douglas (ex-Grêmio e Corinthians) e os atacantes Marcos Aurélio e Zé Love (ambos ex-Santos), todos acima dos 32 anos, integram o elenco que busca o acesso.

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