18/02/2013 - 14:50
A evolução dos grãos
Um levantamento do Ministério da Agricultura, divulgado em janeiro, aponta o avanço da produtividade no cultivo de grãos no País. O índice previsto para a atual safra é de 3,46 toneladas por hectare (t/ha). Se confirmado, será a maior produtividade da história – 24% maior que na safra de grãos 2002/2003, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Leite cru
O Rio Grande do Sul é o Estado que menos consome leite cru no País, alcançando 18% da população. O levantamento da Leite Brasil baseou-se em dados do IBGE, divulgados no final de 2012. Em Minas Gerais, onde estão localizadas as maiores bacias leiteiras, o consumo in natura foi de 36,8%. Maranhão e Piauí tiveram o pior desempenho, com índices acima de 80%. O Brasil produz mais de 32 bilhões de litros de leite por ano.
Alface turbinada
A Embrapa está desenvolvendo uma variedade de alface transgênica que vai apresentar um teor de ácido fólico até 15 vezes superior à convencional, uma importante vitamina que deve estar presente na alimentação de gestantes. Neste ano, a estatal iniciou as análises de segurança da hortaliça, que deve ser lançada no mercado até 2017.
Impacto florestal
A Marfrig, uma das maiores processadoras de proteína animal do Brasil, conquistou o primeiro lugar no ranking global de empresas de alimentos embalados e carnes, divulgado pelo relatório anual da Forest Footprint Disclosure. Isso significa que a empresa avançou na gestão de impactos florestais. O relatório, que avalia o impacto das atividades produtivas sobre as florestas tropicais de 100 companhias de todo o mundo, é realizado pela Global Canopy Programme, entidade localizada em Oxford, na Inglaterra, que representa mais de 30 instituições científicas de todo o mundo.
Genética gaúcha
A Colômbia e Nicarágua devem se tornar os mais novos fregueses do projeto Brazilian Hereford & Braford (BHB) e gastar neste ano pelo menos US$ 900 mil com a compra de material genético das duas raças. No final de 2012, uma rodada de negócios envolveu seis empresas do País e três estrangeiras, interessadas em sêmen, embriões, reprodutores e fêmeas. O projeto BHB é tocado pela Apex e a Associação Brasileira de Hereford e Braford.
Bovinos e bubalinos
O Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), usado para certificar animais que são exportados, passará por mudanças. O Ministério da Agricultura apresentou três projetos de Instruções Normativas para instituir o novo formato do Sisbov, que agora vai se chamar Sistema de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos.
Preço mínimo da laranja
O governo autorizou, no mês passado, a aplicação de R$ 50 milhões para sustentar os preços da laranja. O preço mínimo da safra 2012 será mantido em R$ 10,10 a caixa de 40,8 kg, até o final de março, e a Conab poderá prosseguir com os leilões de subvenção dos preços para escoar a produção
em São Paulo e Minas Gerais. A medida atende a uma demanda dos produtores de laranja que, devido a questões climáticas e logísticas, tiveram a safra estendida mais do que o previsto.
BRF na Argentina
Para criar uma base exportadora de alimentos na Argentina, a Brasil Foods, que passou a ser conhecida pela sigla BRF, investiu US$ 150 milhões no país. O dinheiro foi empregado na compra de participação acionária na Avex, uma das principais empresas avícolas da Argentina, e no Grupo Dánica, que produz margarina, maionese e molhos, entre outros produtos. A administração dos negócios permanecerá com os argentinos.
Recebimento de grãos
A Cooperativa Agropecuária Tradição inaugurou em janeiro novas instalações na unidade de recebimento de grãos em Água Doce, no Estado de Santa Catarina. Foram investidos R$ 850 mil na ampliação de um secador, reparos na balança e melhorias na estrutura física da fábrica, com o objetivo de dar mais agilidade ao recebimento de grãos e maior conforto para os cooperados no momento da entrega. Com negócios voltados para soja, milho, trigo, cevada e feijão, a cooperativa tem sede em Pato Branco, no Paraná, e sete filiais no sudoeste do Paraná e oeste catarinense.
Vigor no Rio
A fabricante de laticínios Vigor, do grupo JBS, investirá R$ 180 milhões na construção de uma fábrica e de um centro de distribuição na cidade do Rio de Janeiro. Para a unidade industrial, a empresa negocia a compra do terreno com o governo do Estado. O local do novo centro de distribuição já está definido e terá seis mil metros quadrados. O Rio tem uma demanda por leite da ordem de 2,6 bilhões de litros por ano.
Sementes em alta
Em 2013, a Abrasem prevê um crescimento de 10% nas vendas de sementes, sobre a receita de R$ 9 bilhões de 2012. A expectativa é baseada no aumento da área de plantio de soja, que deve passar de 27 milhões de hectares, um aumento de 9,3% a mais que na safra anterior. Já a área destinada ao plantio de milho deve permanecer em torno de 15 milhões de hectares.
Etanol celulósico
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vão liberar R$ 227 milhões em crédito para o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba (SP). Com os recursos, o CTC desenvolverá projetos de melhoramento genético para a cana-deaçúcar e construirá a sua primeira unidade de demonstração de etanol celulósico, produzido a partir do bagaço da cana. Segundo a Finep, estão sendo negociados mais recursos para o projeto.
Soja preta
A Embrapa Soja, a Empresa de Pesquisa de Minas Gerais e a Fundação Triângulo pretendem lançar ao mercado, até 2017, uma variedade de soja preta, cujo consumo promete retardar o envelhecimento. A variedade será rica em antocianina, uma substância que combate a ação dos radicais livres no organismo humano e dá ao grão o aspecto escuro.
Gripe aviária
No final de janeiro, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alertou que o mundo corre sérios riscos de novos surtos de gripe aviária, como os ocorridos em 2006. Naquele ano, mais de 400 milhões de aves foram sacrificadas e 300 pessoas infectadas morreram. Os surtos da gripe H5N1 aconteceram em 63 países, em sua maioria na Ásia e na África. O prejuízo foi superior a US$ 20 bilhões. A razão apontada pela FAO para um novo surto é a redução nos investimentos em vigilância e controle, em função da crise econômica mundial.
Abate do zebu
Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de Piracicaba (SP), desenvolveu um software de computador capaz de estimar, em tempo real, o ponto ótimo econômico de abate para gado zebu. O programa FutureBeef tem um modelo matemático que simula o crescimento dos animais e pode permitir o aumento da eficiência da pecuária bovina.
Expansão vinícola
A Vinícola Nova Aliança está investindo R$ 83,4 milhões na construção de uma unidade industrial para a produção de suco de uva e engarrafamento de vinhos e espumantes, no munícipio de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. A nova planta, que deve ser inaugurada em julho, vai aumentar a capacidade de produção da cooperativa de 28 milhões para 46 milhões de litros por ano até 2016.
O desafio da fruticultura
Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas, diz que a fruticultura no País deve passar por uma fase de reposicionamento no mercado. Ele fala sobre as expectativas do setor, que ainda carece de investimentos em infraestrutura. Quais são as principais demandas para este ano? O setor está aquecido desde 2011, mas precisa de investimento para ganhar mais espaço nos mercados interno e externo. Hoje, a fruticultura demanda por um reposicionamento técnico-científico, e por gestão e administração para crescer no longo prazo. Não estamos avançando no ritmo necessário. Qual é o cenário das exportações? Há grandes mercados ainda inacessíveis, entre eles o dos Estados Unidos. Por conta de exigências sanitárias, ainda não conseguimos atendê-los. Para exportarmos mais frutas frescas, devemos focar nos mercados emergentes, entre eles China, Rússia e países da Europa Oriental. As negociações com a China já começaram e talvez seja possível exportar limão ainda este ano. Quais são os grandes problemas do setor? A infraestrutura é o principal. Em países desenvolvidos não se vê fruta fresca transportada inadequadamente. É preciso investir em armazenamento, embalagem e em melhores práticas comerciais. E na questão da qualidade? É preciso melhorar o sabor das frutas, seu aspecto e tempo de vida de prateleira. Também precisamos de tecnologia para reduzir os impactos do clima e os custos de produção.