13/09/2020 - 12:30
Após reportagem do Estadão revelar o efeito devastador das queimadas sobre as matas e os animais do Pantanal, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que enviará neste domingo ao local um representante da Pasta. Em mensagem nas redes sociais, Marinho também ofereceu ajuda aos governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul para o combate ao fogo.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pantanal enfrenta a maior série de queimadas das últimas duas décadas. As labaredas engoliram dois milhões de hectares, uma área equivalente a dez vezes os territórios dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro juntos, destaca o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Como mostrou o Estadão, alguns dos animais símbolos da região, como a onça-pintada, estão acuados pelo fogo. ONGs, Corpo de Bombeiros, agentes ambientais e até empresários da área de turismo se esforçam para salvar os animais.
Na noite de sábado (12), Marinho tratou do assunto pelo Twitter. “Hoje, por orientação do PR (presidente) @jairbolsonaro, entrei em contato com os governadores de MT e MS para reiterar a oferta de ajuda para combate aos incêndios”, escreveu o ministro. “Através da defesa civil nacional estamos monitorando o problema e desde o dia 02 de setembro já começamos a liberar recursos.”
Marinho afirmou ainda que o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, viajará neste domingo ao Pantanal. “Às 15 horas nosso secretário nacional da defesa civil estará no local dos incêndios levando apoio técnico e financeiro para apoiar estados e as suas respectivas equipes no enfrentamento do desastre”, disse Marinho. “A orientação é não faltar meios para debelar o fogo que ameaça o pantanal.” A assessoria do Ministério do Desenvolvimento Regional confirmou que o secretário desembarcará em Campo Grande (MS) às 15 horas deste domingo.
Nas áreas atingidas pelo fogo, a percepção é de que o governo federal não enviou agentes ambientais ou homens das Forças Armadas ou da Força Nacional suficientes para combater as queimadas que se prolongam há meses. A equipe de reportagem que está Poconé (MT) verificou que os próprios pantaneiros se uniram numa ofensiva, sem muitos recursos e estrutura, em defesa do Pantanal.
Em nota, o Ministério da Defesa diz que o governo federal atua “decididamente e sem poupar esforços” no combate aos incêndios no Pantanal por meio das Forças Armadas. A pasta ressaltou que pôs um helicóptero da Marinha para ajudar em dois resgates de onças. Quanto à crítica por falta de efetivo na região, o ministério ressalta que engaja 200 militares nas atividades. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, disse que enviou para a região cinco aviões, dois helicópteros do Ibama, 80 viaturas e 400 brigadistas.
Segundo a Defesa, estima-se que os focos de incêndio concentrados em Poconé, Barão de Melgaço (MT), e uma área em Porto Jofre, já tenham passado por redução superior a 72%, conforme relatório emitido em 23 de agosto pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. Os focos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, uma das áreas mais afetadas, diminuíram em 97%.