Dando mais um passo em um mercado cada dia mais competitivo, o BTG Pactual, que está bastante capitalizado, acaba de colocar em sua plataforma os serviços bancários, tais como cartões e a possibilidade de pagamentos de boletos, reforçando a unidade de varejo digital da instituição financeira e marcando sua entrada no varejo bancário. Somado a isso, o banco lançou o BTG+ Business, também com serviços bancários, mas focado para as pequenas e médias empresas, as PMEs, nicho que recentemente entrou no foco do BTG.

O presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, destacou, em coletiva de imprensa, que esse é um marco para o banco, com essa entrada no varejo bancário, o qual irá completar os serviços oferecidos pela plataforma. A corrida no mercado de plataformas ocorre em um cenário no Brasil pela busca de diversificação pelos investidores, com o juro real muito próximo de zero no País. “Estamos entrando em setores que acreditamos que ainda não são bem atendidos”, destaca Sallouti.

O executivo disse que o BTG vem nos últimos anos debruçando nesse projeto, mas que o mesmo foi acelerado no ano passado com a chegada de Amos Genish, que em maio completou um ano à frente da unidade de varejo digital do BTG. “Não seria um sonho que em cinco anos metade da nossa receita venha do varejo digital, mas não há uma meta. Nossa ambição é ser presente com os clientes e com isso teremos mais receitas e mais resultados”, destacou Saloutti. A partir do ano que vem, quando o BTG divulgar seu resultado de 2020, a instituição financeira deverá dar uma abertura maior do seu negócio de varejo digital, para dar mais visibilidade. “Essa também é uma demanda dos investidores”, disse. No curto-prazo, disse, não há planos de separar a unidade digital.

Genish, também na coletiva, explica que o objetivo é levar ao cliente uma oferta completa, algo importante neste momento do mercado, em que os consumidores estão mais informados sobre os produtos financeiros bancários e a cada dia mais confiantes em relação ao mundo digital. “Os clientes gostam de fazer tudo em um lugar só. O banco tem um balanço sólido, o que nos deixa com a força dos incumbentes e a agilidade de ser 100% digital, para inovar como as fintechs”, afirma Genish.

Rodrigo Cury, que chegou este ano ao BTG depois de deixar a diretoria de cartões do Santander, é o responsável do BTG+. Segundo ele, a intenção é que o BTG passe a ser o primeiro banco dos clientes. “Para isso precisamos ser uma oferta completa, com foco na transacionalidade”, disse. Para isso, Cury afirmou que o BTG quer trabalhar junto à gestão do dia a dia dos clientes, sendo ativo na busca de soluções para sua vida financeira. “Nascemos como um banco digital, mas trazemos um atendimento humanizado com um contexto novo de banco contextual, que é o banco entender, conhecer e antecipar com propostas de soluções com impacto real aos clientes”, disse Cury.

O lançamento para clientes ocorre ainda nesta semana, com a conta corrente transacional, que trará os serviços de transferências, pagamento de contas e cartões, por exemplo. O piloto do projeto estava rodando desde abril, junto a funcionários, parceiros e com agentes autônomos. Os cartões contarão com um programa de fidelidade, que poderão sr ajustados ao perfil do cliente, havendo no leque de escolhas o “cashback” em um fundo de investimento gerido pelo BTG. Nesse momento, não há custo com tarifas de cartão ou de manutenção da conta corrente. Outros serviços, como cheque especial, financiamento e seguros ainda serão agregados à plataforma.

Cury afirma que o BTG+ nasce já com uma capacidade de “crescer muito” e que a ideia é ser bastante aberta, como abarcar todo o tipo de público. Nesse primeiro momento o direcionamento é para o “investidor”, já que esse público já está na plataforma do BTG.

Pequenas e médias empresas

O sócio do BTG e co-responsável pelo BTG+ Business, o focado às PMEs, Rogério Stallone, disse que hoje existe um vácuo nesse atendimento às companhias desse nicho. “Queremos dar oportunidade de crescimento, acesso ao crédito e oferecer soluções personalizadas”, disse.

Gabriel Motomura, sócio do BTG responsável ao lado de Stallone do BTG+Business, disse que o banco estudou qual seria o lançamento que mais teria impacto ás empresas e foi decidido, assim, começar pelo crédito. “É 100% digital para facilitar a tomada de crédito e financiamento, liberadas no mesmo dia”, frisou. Outros produtos virão para completar a plataforma. No primeiro semestre do ano que vem será lançado a solução de “cash management”, que trará soluções de pagamento, por exemplo.

Motomura destaca que a carteira de crédito para as PMEs do BTG já vem crescendo em ritmo acelerado. Em agosto estava em R$ 4,9 bilhões, ante R$ 3,9 bilhões no fim de junho.