31/12/2013 - 3:51
Em 40 anos de existência, a brasileira Eurofarma saiu do patamar de fabricante de medicamentos terceirizados para ingressar no restrito clube dos grandes laboratórios farmacêuticos do País. Embora já tenha uma forte atuação no mercado de prescrição médica, genéricos, hospitalar e uma divisão de saúde animal, a companhia quer mais. A fórmula do crescimento consiste em um ingrediente básico: aquisições. Na contramão da maioria das farmacêuticas de capital nacional, o grupo saiu às compras nos últimos anos e incorporou empresas em toda a América Latina. “Estamos caminhando melhor do que nos anos anteriores e evoluindo acima da média do mercado”, afirma o vice-presidente Júlio César Gagliardi.
A ofensiva internacional da Eurofarma começou em 2009, quando a companhia adquiriu a argentina Quesada Farmacêutica. Em seguida, comprou pequenos laboratórios no Uruguai, na Bolívia, no Chile, na Venezuela, na Colômbia, no Peru e na Guatemala. A meta do grupo, que mantém seu capital fechado, é cobrir 90% do mercado latino-americano até 2015 algo que parece estar próximo de se concretizar, já que a companhia está presente em 64% dos mercados latino-americanos. O próximo alvo da Eurofarma, vencedora na categoria Saúde Animal de AS MELHORES DA RURAL, é o mercado mexicano. Por enquanto, seus executivos ainda estudam se a entrada será feita por meio de parcerias ou de aquisições.
Atualmente, o Brasil responde por 50% das vendas e possui oito unidades industriais, sendo duas voltadas para o segmento veterinário. No ano passado, o faturamento do grupo chegou a R$ 1,9 bilhão. E o ritmo continua forte. Neste ano, entre janeiro e setembro, as vendas haviam crescido 15% em relação ao mesmo período de 2012. “Teremos, ao que tudo indica, um ano muito bom”, diz Gagliardi. O otimismo do executivo se justifica. O mercado brasileiro, segundo ele, estimula as companhias na busca pela melhoria da qualidade e no investimento em pesquisa e inovação – afinal, tratase de um ambiente de negócios altamente competitivo.
Dentro do plano de expansão da Eurofarma, a operação de saúde animal tem conquistado, ano a ano, cada vez mais espaço. Há duas frentes nesse segmento: a divisão própria de veterinária dentro da Eurofarma e a Inova, subsidiária da companhia criada para fabricar vacinas contra a febre aftosa. Entre 2008 e 2011, a divisão de saúde animal dobrou seu faturamento, segundo a empresa. Com os investimentos constantes em inovação tecnológica, a Eurofarma redesenhou sua estratégia de atuação no mercado veterinário em 2012, retirando das prateleiras produtos menos rentáveis e investindo mais na assistência aos pecuaristas e revendedores. “Saímos da política de pura comercialização para nos tornarmos também prestadores de serviço, entregando mais do que o produto, oferecendo também orientação técnica”, diz Edson Cedotte, gerente de negócios veterinários.
Apesar da redução do portfólio no segmento veterinário, o lançamento de medicamentos mais seguros e eficazes aumentou a credibilidade da companhia. “Prova disso é que nosso faturamento já voltou a crescer no terceiro trimestre e segue subindo”, afirma Cedotte. Com essa fórmula, a companhia acredita ter encontrado a dose certa para lançar novos produtos dedicados ao campo em 2014 e, em saúde animal, crescer dentro e fora do Brasil.